Guia que acompanhava brasileira por trilha na Indonésia diz que não a abandonou

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O guia responsável por acompanhar Juliana Marins durante a trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia, negou ter abandonado a publicitária antes de seu acidente.
Em entrevista ao jornal O Globo, Ali Musthofa confirmou que havia orientado Juliana a descansar enquanto seguia com o restante do grupo, mas garantiu que a intenção era esperá-la mais adiante no percurso. Musthofa prestou depoimento à polícia neste domingo, logo após descer da montanha.
Segundo ele, o tempo que permaneceu à frente foi curto. "Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela", afirmou. "Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente."
O guia contou que percebeu o acidente quando avistou a luz de uma lanterna em um barranco, cerca de 150 metros abaixo, e ouviu Marins pedindo ajuda. "Eu disse que iria ajudá-la. Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda", relatou.
Musthofa também informou que, ao constatar a gravidade da situação, ligou imediatamente para a empresa de turismo para acionar as equipes de resgate.
"Liguei para a organização onde trabalho, pois não era possível ajudar a uma profundidade de cerca de 150 metros sem equipamentos de segurança", explicou. "Eles deram informações sobre a queda de Juliana para a equipe de resgate e, após a equipe ter conhecimento das informações, correu para ajudar e preparar o equipamento necessário para o resgate."
Família protesta
A família de Juliana, no entanto, expressou forte indignação com o ritmo das operações, classificando como negligente a conduta das autoridades locais. A vítima "segue sem água, comida e agasalhos por 3 dias", destacaram os familiares em comunicado publicado nas redes sociais, segundo o Globo.
Os parentes também criticaram o fato de o parque continuar funcionando normalmente, permitindo a entrada de turistas enquanto a publicitária segue presa na encosta. "Um dia INTEIRO e eles avançaram apenas 250m abaixo, faltavam 350m para chegar na Juliana e eles recuaram MAIS UMA VEZ! MAIS UM DIA! NÓS PRECISAMOS DE AJUDA, NÓS PRECISAMOS QUE O RESGATE CHEGUE ATÉ JULIANA COM URGÊNCIA", protestaram.
Imagens de drone, feitas por outros turistas no sábado por volta das 17h10 (horário local), mostraram a brasileira sentada na encosta após a queda.
O percurso no Monte Rinjani é considerado um dos mais desafiadores da Indonésia, com trilhas que podem durar até quatro dias. Juliana participava de um roteiro de três dias, previsto para ocorrer entre 20 e 22 de junho. O governo brasileiro informou que dois representantes da embaixada foram enviados ao local para acompanhar a situação.


