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Integrantes da etnia Māori fazem pedido inesperado ao Rei Charles
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Integrantes da etnia Māori fazem pedido inesperado ao Rei Charles

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Aventuras Na História
11/12/2024 17h40
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16417229/original/open-uri20241211-18-182niph?1733939030
©Wikimedia Commons; Getty Images
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Representantes de mais de 80 tribos Māori fizeram um apelo incomum ao rei Charles III, pedindo sua intervenção na política da Nova Zelândia, em meio ao aumento da tensão sobre as políticas do governo em relação aos Māori e o agravamento da relação entre os povos indígenas e as autoridades.

O Fórum Nacional de Presidentes de Iwi, um coletivo de líderes tribais, enviou uma carta aberta ao rei pedindo que ele “garanta que o governo [da Nova Zelândia] não diminua a honra da coroa” diante do que consideram ser violações contínuas das promessas feitas à população Māori no Tratado de Waitangi, o documento fundacional do país.

Disputa

Desde que assumiu o poder no ano passado, a coalizão de governo de direita da Nova Zelândia implementou políticas que provocaram o maior protesto já registrado sobre os direitos dos Māori, com reuniões massivas de líderes e críticas do Tribunal de Waitangi,  órgão responsável por investigar violações do Tratado.

Assinado em 1840 por mais de 500 chefes Māori e pela Coroa Britânica, o tratado é essencial para a proteção dos direitos dessa comunidade.

O The Guardian teve acesso à carta, que foi assinada por mais de 500 pessoas, incluindo líderes tribais, representantes de organizações Māori e outros. Aperahama Edwards, presidente da tribo Ngāti Wai e um dos líderes do fórum, disse ao jornal que os Māori estão frustrados por suas preocupações não serem ouvidas:

“Passamos 184 anos apelando à decência e boa vontade do governo, e isso não foi correspondido. A ideia agora é trazer essas questões à atenção do Rei Charles, na esperança de que ele possa intervir.”

Polêmica

A justificativa do governo para muitas de suas propostas se resume a acabar com as políticas “baseadas na raça”, combater o crime e reduzir a burocracia. A coalizão afirma estar comprometida em melhorar os resultados para os Māori e todos os neozelandeses.

No entanto, críticos temem que essas políticas estejam prejudicando os direitos dos Māori, alimentando uma retórica de exclusão e minando a relação desses povos com a coroa.

Os Māori representam 20% da população da Nova Zelândia e enfrentam resultados desproporcionalmente negativos em saúde, habitação, emprego, educação e encarceramento.

Manifestação em Wellingnton (NZ) em prol dos direitos dos Maori - Getty Images

Protesto

Ao Guardian, Margaret Mutu, presidente do fórum e professora na Universidade de Auckland, que ajudou a redigir a carta, expressou preocupação de que as políticas da coalizão sejam uma grave violação do tratado. Ela espera que o Rei lembre o governo de suas obrigações perante o tratado.

A carta de duas páginas começa com um reconhecimento da relação do rei com o falecido rei Māori Tuheitia e expressa a esperança de que essa conexão continue a prosperar sob a nova rainha Māori, Nga wai hono i te po.

O documento faz referência às negociações da rainha Vitória com os chefes Māori para estabelecer o tratado em 1840, e as violações dessas promessas ao longo dos anos. Os signatários afirmam que o novo governo da coalizão “prometeu atacar” o tratado e os direitos dos Māori.

Edwards enfatizou que a responsabilidade de honrar as promessas do tratado não está apenas nos descendentes dos chefes que o assinaram, mas também no descendente da Rainha Vitória: o Rei Charles III:

“Acreditamos que suas preocupações e influência sobre justiça social e ambiental podem desempenhar um papel crucial ao lembrar o governo da importância de honrar os acordos sagrados do tratado”.

Quando questionado sobre as alegações da carta, o Ministro de Relações da Coroa Māori da Nova Zelândia, Tama Potaka, disse ao The Guardian: “Embora nem sempre concordemos em tudo, o governo continua comprometido em trabalhar com iwi e Māori para alcançar interesses compartilhados.”

Edwards revelou que o fórum ainda não recebeu uma resposta de Buckingham, mas espera que o monarca leia a carta e ofereça apoio, pois o bem-estar dos Māori e a relação com o tratado estão em jogo.

“Estamos enfrentando alguns dos tempos mais tristes já vividos em nosso país, não vamos ficar de braços cruzados e ser complacentes”, conclui o líder.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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