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Japão: Idosas cometem crimes para viver na prisão
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Japão: Idosas cometem crimes para viver na prisão

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Aventuras Na História
19/09/2025 16h46
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No Japão, um fenômeno alarmante vem se intensificando: o aumento do número de mulheres idosas envolvidas em atividades criminosas. Este cenário é impulsionado pela solidão e pelo elevado custo de vida, levando muitas a optar por caminhos radicais. De acordo com dados da CNN Internacional, o total de prisioneiros com 65 anos ou mais cresceu quase quatro vezes entre 2003 e 2022. Segundo a World Prison Brief (WPB), 9,1% dos encarcerados no país são mulheres.

Uma visita à prisão feminina de Tochigi, a maior do Japão, revelou uma realidade surpreendente. Takayoshi Shiranaga, um oficial da instituição, compartilhou que algumas detentas estariam dispostas a pagar entre 20 mil e 30 mil ienes (aproximadamente R$ 750 a R$ 1.090) mensalmente para residir na prisão indefinidamente. Para muitas delas, a vida atrás das grades oferece uma alternativa mais segura do que enfrentar a pobreza fora.

Estatísticas da OCDE apontam que cerca de 20% das pessoas acima de 65 anos no Japão vivem em condições de pobreza. Isso faz com que o encarceramento seja percebido como uma forma de garantir alimentação e cuidados médicos. Em 2022, mais de 80% das mulheres idosas presas no país haviam sido condenadas por delitos relacionados a roubo.

Detentas

Akiyo, uma detenta de 81 anos, relatou à CNN que muitos consideram a vida na prisão como um abrigo estável. Ela foi presa aos 60 anos por roubar comida e atualmente cumpre sua segunda condenação. Antes de ser encarcerada, Akiyo enfrentava problemas familiares significativos, incluindo o desejo do filho de que ela deixasse a casa deles. Sua perspectiva sobre a vida fora da prisão se deteriorou tanto que ela chegou a afirmar não ter mais vontade de viver.

As encarceradas não ocultam sua intenção de retornar à prisão. Yoko, com 51 anos e cinco condenações por tráfico de drogas ao longo dos últimos 25 anos, declarou que algumas mulheres cometem crimes deliberadamente para serem reincarceradas quando suas condições financeiras se tornam insustentáveis. Yoko, agora formada como cuidadora de idosos durante sua última pena, tem desempenhado um papel vital ao ajudar outras detentas em suas necessidades diárias.

Atualmente, cerca de 20% das prisioneiras na penitenciária de Tochigi são idosas. Em resposta a essa realidade demográfica, as instalações da prisão passaram por adaptações significativas para atender às necessidades dessas mulheres, com Takayoshi Shiranaga enfatizando que agora se assemelha mais a uma casa de repouso do que a uma prisão tradicional.

Suporte

Diante desse panorama preocupante, o Ministério do Bem-Estar Social do Japão iniciou discussões sobre o suporte aos idosos em liberdade condicional, reconhecendo que aqueles que recebem assistência têm menor probabilidade de reincidir em crimes. Além disso, o Ministério da Justiça implementou programas direcionados às presidiárias para prepará-las para uma vida independente após a reabilitação.

Segundo o UOL, o Japão também enfrenta um aumento significativo na população centenária; em 2023, mais de 99 mil pessoas com mais de 100 anos foram registradas, com quase 90% delas sendo mulheres. Este crescimento demográfico tem desafiado as estruturas sociais e econômicas do país.

Por fim, um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa sobre População e Segurança Social projetou que até 2050 cerca de 10,8 milhões de indivíduos acima dos 65 anos viverão sozinhos, refletindo um aumento preocupante na solidão entre os idosos. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba chamou essa situação crítica de “emergência silenciosa”, destacando a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para enfrentar esses desafios demográficos.

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