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Justiça francesa determina remoção de nome ofensivo de bairro 'La Négresse'
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Justiça francesa determina remoção de nome ofensivo de bairro 'La Négresse'

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Aventuras Na História
06/02/2025 20h31
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©Divulgação/Radio France
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Em uma decisão histórica, o sistema de justiça francês determinou a remoção do nome "La Négresse" de um bairro na cidade de Biarritz, no sudoeste da França. O termo, considerado pejorativo para designar mulheres negras, foi classificado como ofensivo e atentatório à dignidade humana.

A decisão do tribunal administrativo de apelações de Bordéus, repercutida pela AFP, representa uma vitória na luta contra o racismo e o sexismo, e atende ao pedido da associação Mémoires et Partages, que desde 2019 buscava a alteração do nome do bairro e de uma rua.

A prefeita de Biarritz, Maider Arosteguy, do partido conservador Republicanos (LR), tem três meses para acatar a decisão e submeter a questão à votação do conselho municipal.

Como surgiu?

O nome "La Négresse" teria surgido no início do século 19, em referência a uma mulher negra, possivelmente uma ex-escrava ou descendente de escravos, que vivia na região. No entanto, o termo adquiriu uma conotação pejorativa ao longo do tempo, evocando a história da escravidão e da discriminação racial. Outras fontes atribuem a origem do termo à expressão do dialeto gascão "lane grese", em referência ao solo argiloso encontrado nesta parte do município.

A França esteve envolvida no comércio de escravos desde o século 17 até a abolição da escravatura em 1848. A cidade de Bordeaux, localizada a cerca de 170 quilômetros ao norte de Biarritz, foi um dos principais portos negreiros do país.

Divide opiniões

A decisão da justiça francesa foi comemorada por ativistas e defensores dos direitos humanos como um passo importante no combate ao racismo e à discriminação. O fundador da associação Mémoires et Partages, Karfa Diallo, classificou a decisão como "histórica".

"Essa ofensa já durou muito tempo. Era hora de acabar com ela", disse Diallo à AFP.

Por outro lado, a prefeita de Biarritz lamentou a decisão e expressou a intenção de recorrer ao Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo da França.

"Mesmo que os tribunais nos obriguem a mudar o nosso nome, o povo de Biarritz continua a chamá-lo assim", afirmou Arosteguy à AFP.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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