Lenda da Mulher da Capa Preta: O mistério que assombra cemitério em Alagoas

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Maceió. Início do século 20. Segundo uma lenda local, um homem conheceu uma bela moça num baile local. O interesse era mútuo. Logo, os dois ficaram juntos durante toda a festa. Os relatos apontam que a moça era deslumbrante.
Quando o relógio marcou meia-noite, a jovem quis ir embora e convenceu o rapaz a levá-la para casa. Como estava chovendo, o homem demonstrou gentileza ao pegar sua capa e cobri-la.
Durante a volta, a mulher pediu para que o homem parasse e deixasse ela na porta do cemitério. Antes de ir embora, ela disse ao sujeito o endereço de onde ela morava, para que eles se reencontrassem outra vez.
A história horal conta que quando o homem foi até a casa da moça, no local indicado por ela, foi informado pelos moradores que ninguém com aquele nome morava por lá. Tratava-se da filha do casal que residia lá. Ela já havia falecido há alguns anos.
Sem acreditar no que fora relatado, ele seguiu com a família até o cemitério onde havia deixado a moça. Lá, eles indicaram o túmulo da jovem e o homem notou que sua capa estava enrolada na cruz da lápide dela.
A lenda da Mulher da Capa Preta
A lenda urbana já faz parte da cultura de Maceio. Os relatos apontam que a história ocorreu no Cemitério Nossa Senhora da Piedade, no bairro do Prado, considerado um dos mais antigos do estado. Hoje, no local, existe uma réplica da capa da lenda, feita de mármore, que fica em cima de um túmulo e atrai curiosos no local.
Um dos que relatam a lenda local é Euclides Correia da Silva, aposentado que trabalhou por 40 anos como pedreiro no Nossa Senhora da Piedade. Em 2013, ele foi entrevistado pelo g1 para falar sobre a história.
"Quando cheguei para trabalhar, a capa já estava construída. Sempre perto do dia de finados muitas pessoas visitam o túmulo dela e perguntam sobre a história. Tem pessoas que nem têm parentes enterrados, mas vêm para ver a capa".
Segundo Andreia Kalyma, que durante anos trabalhou como mestre de obras no cemitério, a lápide pertenceu a uma das famílias mais antigas que viveu no bairro do Prado:
A história diz que a mulher morreu com 52 anos, mas apareceu no baile como uma jovem. Ela vivia sozinha e tinha medo de nunca se casar, pois tinha tuberculose, e levou essa insatisfação para o túmulo".
"Meu avô construiu muitos túmulos para as famílias ricas e sempre me falou dessa história. Ele conhecia pessoas da família, pois foi contratado para fazer túmulos para eles", prosseguiu.
Quem é a Mulher da Capa Preta?
O túmulo do local, na cor preta, possui a inscrição: 'Carolina de Sampaio Marques, nascida em 21 de março de 1869 e falecida em 22 de novembro de 1921', em letras romanas.
De acordo com o então diretor do cemitério na época da entrevista ao g1, Flávio Lúcio, o túmulo pertence a uma família que também possui outro túmulo ao lado do de Carolina.
Apesar das variações contadas pelos moradores, que mudam alguns detalhes da história, os pontos principais são sempre o mesmo. A história da Mulher da Capa Preta é tão disseminada em Alagoas que até mesmo inspirou a criação de um bloco de carnaval.


