Lula concede honraria póstuma a Eunice Paiva, retratada em 'Ainda Estou Aqui'
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu postumamente à advogada Eunice Paiva (1929–2018) a medalha de Comendadora da Ordem de Rio Branco. O decreto presidencial foi assinado na terça-feira, 27, e publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta, 28.
A homenagem foi incluída no Quadro Suplementar da Ordem, distinção que reconhece personalidades por serviços relevantes prestados ao país e por projetarem o Brasil no cenário internacional, segundo definição do governo federal.
Eunice teve atuação decisiva na busca por justiça após o desaparecimento do marido, o deputado Rubens Paiva, preso, torturado e assassinado em janeiro de 1971, nas dependências do DOI-Codi, no Rio de Janeiro. Durante 25 anos, ela enfrentou o silêncio e a omissão do Estado até conseguir, em 1996, a emissão oficial do atestado de óbito de Rubens.
Após a morte do marido, formou-se em Direito e tornou-se uma voz ativa na defesa dos direitos humanos e da causa indígena. Atuou como consultora na Assembleia Nacional Constituinte de 1988, consolidando seu papel como referência na militância jurídica e social. Faleceu em 2018, aos 89 anos, vítima de Alzheimer.
Sua trajetória foi retratada no filme Ainda Estou Aqui, inspirado no livro homônimo do filho, Marcelo Rubens Paiva. No longa, premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional, Eunice foi interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
A Ordem de Rio Branco
A medalha concedida a Eunice Paiva representa uma das mais altas honrarias do Estado brasileiro. Instituída em 1963 pelo então presidente João Goulart, a Ordem de Rio Branco é conferida pelo Ministério das Relações Exteriores a pessoas físicas ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, que tenham prestado serviços relevantes ao país, especialmente no campo das relações internacionais.
Em 22 de maio de 2025, o presidente Lula também condecorou outras figuras com o grau máximo da Ordem — a Grã-Cruz — entre eles o cantor Milton Nascimento, a atriz Fernanda Montenegro, três governadores, dois ministros, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
