Manifestante vestida de prisioneira de campo de concentração é interrogada

Uma mulher que usava uma roupa semelhante à de prisioneiros de campos de concentração nazistas durante um protesto em apoio à organização Palestine Action foi interrogada pela Polícia Metropolitana de Londres. A manifestação aconteceu no centro da capital britânica e imagens da manifestante rapidamente se espalharam nas redes sociais, gerando forte reação pública.

A mulher, cuja identidade não foi divulgada, usava um traje listrado, com chapéu e máscara facial, além de símbolos amarelos representando a lua crescente e a estrela do islamismo costurados na camisa e no chapéu. Ela também segurava um cartaz com a hashtag "#SomosTodosAçãoPalestina".

Em comunicado divulgado na rede social X, a Polícia Metropolitana informou que a mulher foi interrogada "sob cautela" em uma delegacia na sexta-feira, 27, e que as investigações continuam.

Alex Hearn, codiretor da organização Labour Against Antisemitism (LAAS), classificou o ato como "um flagrante exemplo de antissemitismo" e criticou a polícia por não ter agido imediatamente durante o protesto. "O Holocausto não é uma fantasia. Este tipo de representação causa profunda dor à comunidade judaica. É inaceitável que a polícia só reaja após pressão pública", declarou Hearn.

Palestine Action

O episódio ocorre em um momento em que o governo britânico endurece sua postura contra a organização Palestine Action. A secretária do Interior, Yvette Cooper, anunciou que apresentará ao Parlamento uma ordem para proibir o grupo, o que tornaria ilegal qualquer filiação ou apoio público à organização. Se aprovada, a nova medida poderá levar a penas de até 14 anos de prisão.

A decisão foi acelerada após o grupo publicar imagens mostrando ativistas em uma base da Força Aérea britânica (RAF Brize Norton), onde uma pessoa é vista aparentemente danificando um avião militar com tinta.

Na última segunda-feira, 23, uma marcha em apoio à Palestine Action resultou em confrontos com a polícia e 13 prisões, por crimes que vão de agressão a socorrista até violações da Lei de Ordem Pública.

A Palestine Action tem sido responsável por diversos atos de protesto nos últimos meses, incluindo a vandalização de escritórios da seguradora Allianz e do campo de golfe Turnberry, na Escócia, pertencente ao presidente dos EUA Donald Trump.

Segundo o 'Independent', a Polícia Metropolitana se recusou a comentar mais detalhes sobre o caso envolvendo a manifestante interrogada.