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Monte Rinjani: O angustiante resgate de turistas após terremoto em 2018
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Monte Rinjani: O angustiante resgate de turistas após terremoto em 2018

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Aventuras Na História
24/06/2025 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16548645/original/open-uri20250624-18-mvfhdq?1750795558
©Getty Images e divulgação/Mackenzie Irwin
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A brasileira Juliana Marins, que havia caído de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok, na Indonésia, não resistiu após quatro dias à espera por resgate.

Segundo relatos de testemunhas, a jovem teria escorregado e rolado cerca de 300 metros encosta abaixo, parando em um ponto de difícil acesso na madrugada de sábado, 21, pelo horário local (sexta-feira, 20, no Brasil).

Uma mobilização, que envolveu cerca de 50 socorristas, até tentou enfrentar o terreno íngreme, a forte neblina e o risco constante de novos deslizamentos. Infelizmente, porém, os resgatistas chegaram tarde demais e a publicitária de 26 anos teve morte confirmada nesta terça-feira, 24.

Tragédia anterior

O triste episódio reacendeu lembranças de uma outra tragédia marcante ocorrida no mesmo local há alguns anos: em 2018, um incidente surpreendeu centenas de turistas e levou a uma das maiores e mais arriscadas operações de resgate da história recente da região.

Brasileira foi encontrada sem vida após 4 dias de operações de resgate / Crédito: Divulgação/Instagram

De acordo com o portal DW, no dia 29 de julho daquele ano, um terremoto de magnitude 6,4, pegou de surpresa cerca de 820 turistas e guias que se encontravam na montanha. Entre eles estava Mackenzie Irwin, uma advogada canadense de 28 anos que havia decidido de última hora fazer a trilha até o cume.

Ela havia acabado de alcançar o topo para assistir ao nascer do sol quando sentiu o chão tremer violentamente. Em poucos segundos, o platô onde dezenas de caminhantes estavam reunidos começou a desmoronar em direção à cratera do vulcão. Irwin, como os outros, caiu ao chão e, em meio ao pânico, viu pessoas tentando escalar umas sobre as outras para escapar da área que cedia rapidamente.

Enquanto o terremoto derrubava trilhas, criava fendas e provocava deslizamentos de terra, os guias locais gritavam uma única palavra de ordem: "Corram!".

Mackenzie sobreviveu ao incidente ocorrido em 2018 / Crédito: Divulgalção/Mackenzie Irwin

Naquele dia, muitos caminhantes, descalços ou apenas de chinelos, tentaram escapar com o que podiam carregar. A descida foi caótica: trilhas sumiram ou ficaram bloqueadas por escombros, e novos tremores secundários aumentavam o risco a cada passo. O medo de uma erupção vulcânica tornou a corrida ainda mais desesperadora.

Ao todo, mais de 500 turistas e guias ficaram presos nas encostas e precisaram ser resgatados ao longo dos dias seguintes.

Na ocasião, helicópteros lançaram suprimentos de emergência, enquanto equipes de resgate a pé abriram caminho entre os deslizamentos para alcançar os que ainda estavam isolados.

"543 caminhantes foram evacuados. Eles chegaram ontem à noite", disse na época o porta-voz da agência nacional de desastres da Indonésia, Sutopo Purwo Nugroho, à agência de notícias AFP.

Eles estavam todos cansados, mas em boas condições e foram examinados por nossas equipes médicas no local na chegada", disse ele.

Longa jornada

Irwin contou que precisou de duas horas para alcançar o acampamento. Ela encontrou uma das quatro pessoas que faziam parte de seu grupo de trilha e aguardou cerca de 15 minutos até que outro integrante conseguisse chegar. Em seguida, iniciaram a descida da montanha, enfrentando o risco constante de pedras que se desprendiam a cada novo tremor, segundo o The Washington Post.

O Monte Rinjani em 2013 / Crédito: Getty Images

Para piorar a situação, muitos dos caminhos usados na subida haviam desmoronado, enquanto outros estavam cortados por grandes fissuras abertas pelo terremoto. Vale destacar que, em vários trechos, a passagem era tão estreita que os caminhantes foram obrigados a seguir em fila única, sempre evitando as bordas instáveis.

Você simplesmente não sabia quando outro terremoto viria... nunca sentimos que estávamos livres", disse ela.

O impacto psicológico foi tão forte que Irwin relatou, dias depois, ainda sentir tremores fantasmas e ter dificuldades para dormir. "Não consigo andar", contou a mulher. "Estou muito dolorida. Eu empurrei meu corpo ao limite."

O terremoto em questão resultou em ao menos 16 mortes e deixou centenas de feridos. Além disso, vilarejos ao redor do Monte Rinjani ficaram devastados. Mais de 1.400 casas foram destruídas, incluindo as moradias de guias locais que, mesmo com suas famílias em perigo, permaneceram na montanha para ajudar os turistas a descer.

O Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, com 3.726 metros. A trilha de dois dias até a cratera é uma das mais procuradas por turistas em busca de paisagens deslumbrantes, com vista para o lago azul e para a floresta tropical que cobre as encostas da montanha.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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