Mostra sobre horrores da ditadura militar relembra exílio de Rubens Paiva

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A antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) no Rio de Janeiro será o foco de uma exposição que ocorrerá entre 26 de janeiro e 4 de fevereiro, trazendo à tona uma série de informações e documentos inéditos sobre o aparato repressivo da ditadura militar, repercute a Coluna de Lauro Jardim, no O Globo.
A mostra, que será realizada no Museu da República, localizado na Zona Sul carioca, onde antes funcionava a sede da Presidência da República, incluirá registros sobre uma jiboia que era mantida no prédio do Dops e usada para torturar tanto presos comuns quanto políticos.
Também serão apresentados materiais que evidenciam o caráter racista das prisões "por vadiagem" e a perseguição a organizadores de bailes soul na década de 1970.
Memória
Rubens Paiva, uma das figuras centrais retratadas recentemente no filme "Ainda Estou Aqui", é outro nome que ganha destaque na exposição, em uma ala intitulada "Rua da Relação, 40: Testemunho material da violência de Estado".
A curadoria resgatou um relatório da antiga Secretaria de Segurança do Estado da Guanabara, datado de junho de 1964, que documenta a vigilância sobre a partida de Paiva, ex-deputado cassado, em um avião da Panair com destino ao exílio na Iugoslávia.
A exposição é organizada pelo Coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação e pela Campanha Ocupa Dops, com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância de transformar a antiga sede do Dops em um novo Museu dos Direitos Humanos.
Este espaço está sendo disputado pela Polícia Civil, que também demonstra interesse em criar seu próprio museu no local.


