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Mulher passa quatro meses com broca na cabeça após extração dentária
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Mulher passa quatro meses com broca na cabeça após extração dentária

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Aventuras Na História
30/05/2025 20h30
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16535373/original/open-uri20250530-18-1cp2912?1748637383
©Arquivo pessoal
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O que deveria ser um procedimento simples de extração dentária transformou-se em um drama de meses para Maria Cristina Soares, de 62 anos. Após sentir dores recorrentes e procurar diversos especialistas, ela descobriu que parte de uma broca cirúrgica havia ficado alojada em sua cabeça por quatro meses sem que fosse informada do fato.

O erro ocorreu em um consultório na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, e culminou com a condenação dos dentistas responsáveis. Segundo Cristina, o mais grave não foi a quebra do instrumento durante o procedimento, mas sim a omissão e a negligência após o ocorrido.

Eu voltei várias vezes ao consultório, inclusive para outros atendimentos, e ninguém me contou o que havia acontecido. Eu poderia ter aspirado a broca, ela poderia ter ido parar no meu pulmão ou perfurado meu intestino”, relatou ao g1.

O quê aconteceu?

A extração ocorreu em 23 de junho de 2022. Cristina havia agendado o procedimento com a dentista Priscilla Bittencourt Palladino Monteiro, mas, no dia, foi atendida por Lucas Tetsuya Murai, chamado pela própria dentista para assumir a cirurgia. 

Durante o procedimento, a broca se quebrou e desapareceu. Ela chegou a ouvir o dentista comentar, enquanto ainda estava na cadeira, que não conseguia localizar a peça.

“O dentista parecia preocupado. A secretária entrou na sala para ajudar a procurar. A doutora, no entanto, minimizou a situação e disse que a broca poderia ter sido sugada ou jogada fora com o lixo”, contou ao portal.

Após o trauma da extração e com dores crescentes na cabeça e no rosto, semelhantes às de uma sinusite, Cristina ainda voltou ao consultório para extrair outro dente, em julho. “Eu achava que era normal, já que o dente tinha raiz fraturada. Mas as dores continuaram e eu não sabia o motivo.”

Foi apenas em setembro, após retornar de uma viagem à Europa, que ela decidiu buscar outra opinião. Um raio-x panorâmico e uma série de tomografias revelaram um corpo estranho metálico de 1,2 cm alojado na nasofaringe — região posterior ao nariz.

Cristina então foi submetida a uma cirurgia com anestesia geral. Apesar de durar quase três horas e contar com o auxílio de vídeo endoscopia e outros cirurgiões, a broca não foi encontrada. Posteriormente, um novo exame indicou que o objeto já não estava mais no local, o que levou os médicos a crerem que ele tenha sido eliminado espontaneamente.

Em decisão proferida no dia 12 de maio de 2025 pela 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca, o juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreiracondenou os dois dentistas envolvidos. Ele reconheceu a omissão e a negligência no atendimento, determinando o pagamento de R$ 8 mil por danos morais, R$ 1.240 por danos materiais, além das despesas processuais e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação.

O juiz entendeu que os danos morais ultrapassaram o mero aborrecimento, considerando a dor, o sofrimento, a idade da paciente e os riscos à sua saúde”, explicou ao g1 advogado Daniel Blanck, que representa Maria Cristina

Ele classificou o valor da indenização como “insuficiente” e prometeu recorrer da decisão. “Queremos uma reparação que reflita a gravidade do caso e sirva de exemplo para que situações assim não se repitam.”

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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