Nova espécie de morcego é descoberta por cientistas brasileiros no Pantanal

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Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com instituições do Brasil, Portugal e Estados Unidos, anunciaram a descoberta de uma nova espécie de morcego no Brasil.
Chamado Myotis guarani, o animal foi encontrado durante uma expedição ao Pantanal e pesa cerca de seis gramas. A espécie é insetívora e pode consumir mais de 200 insetos por noite, incluindo mosquitos, mariposas e besouros.
A pesquisa, publicada na revista científica Journal of Mammalogy, começou a partir de análises genéticas que apontaram diferenças marcantes em relação a outras espécies do gênero Myotis.
A equipe então comparou a morfologia de exemplares com coleções biológicas centenárias, confirmando que se tratava de uma espécie ainda não descrita pela ciência.
Segundo o pesquisador Roberto Novaes, da Fiocruz Mata Atlântica e autor principal do estudo, a descoberta reforça a importância de expedições científicas em diferentes biomas do país.
A identificação do Myotis guarani foi possível graças à análise de DNA e ao estudo detalhado de características morfológicas. Durante a recente expedição ao Pantanal, obtivemos dados valiosos para aprofundar nosso conhecimento sobre a espécie", afirmou.
O Myotis guarani vive principalmente no Pantanal, mas também pode ser encontrado em áreas de transição com o Cerrado e a Mata Atlântica. A descoberta faz parte do projeto "Rede de prospecção e monitoramento de agentes zoonóticos associados a morcegos no Brasil", financiado pela Faperj e pelo CNPq.
Importância
Ricardo Moratelli, coordenador da Fiocruz Mata Atlântica e líder do projeto, destaca que a pesquisa tem grande relevância para a saúde pública. "Morcegos são importantes reservatórios de microrganismos com potencial zoonótico, como se viu na pandemia de Covid-19. Mas também prestam serviços essenciais à natureza, como o controle de pragas agrícolas e a polinização. Conhecer e conservar essas espécies é fundamental", declarou.
Segundo a CNN, a descoberta reforça a necessidade de conservação dos habitats naturais e do monitoramento contínuo de espécies silvestres, especialmente diante das crescentes ameaças ambientais e do risco de novas epidemias com origem na fauna.


