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O que se sabe sobre a prisão de segurança máxima que será construída na Amazônia?
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O que se sabe sobre a prisão de segurança máxima que será construída na Amazônia?

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Aventuras Na História
20/05/2025 18h00
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©Getty Images
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O governo francês anunciou no último sábado, 17, a construção de uma nova prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, voltada aos traficantes de drogas e condenados por radicalismo islâmico.

A unidade será erguida nos arredores de uma antiga colônia penal no município de Saint-Laurent-du-Maroni, em meio à selva amazônica, e já enfrenta forte oposição de líderes e moradores locais.

Sobre o projeto

A penitenciária, orçada em US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões), terá capacidade para 500 detentos e deve ser inaugurada em 2028. O projeto estava previsto desde 2017, mas até então não incluía a transferência de presos de alta periculosidade da França continental. 

Segundo o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, 60 vagas serão destinadas a internos sob regime extremamente rigoroso — dos quais 15 serão para condenados por radicalismo islâmico.

"Nosso objetivo é claro: retirar de circulação os perfis mais perigosos envolvidos no tráfico de drogas", afirmou Darmanin em entrevista ao Journal du Dimanche, durante visita à Guiana Francesa. "Minha estratégia é simples: atingir o crime organizado em todos os níveis. Esta prisão será uma arma essencial nessa guerra".

Esquema da prisão na Amazônia - Divulgação/Ministère de la Justice

O anúncio pegou a população local de surpresa e provocou forte reação das autoridades regionais. Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, classificou a decisão como desrespeitosa e unilateral.

“Recebemos a notícia com espanto e indignação. O plano original, firmado em 2017, previa uma prisão para aliviar a superlotação no sistema carcerário local — jamais para abrigar criminosos de alta periculosidade vindos da França continental”, afirmou Fereira em comunicado divulgado nas redes sociais.

A indignação foi reforçada pelo deputado Jean-Victor Castor, que criticou a ausência de diálogo com os representantes locais e acusou o governo francês de repetir práticas coloniais.

É um insulto à nossa história, uma provocação política e um retrocesso colonial”, declarou Castor, pedindo a suspensão imediata do projeto.

A Guiana Francesa, território ultramarino europeu na América do Sul, já enfrenta altos índices de criminalidade e problemas estruturais. Para seus representantes, transformar a região em um centro de detenção de criminosos perigosos vindos de fora é uma medida que ignora as necessidades e a soberania local.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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