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Os principais problemas da Europa e dos Estados Unidos na década de 1910
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Os principais problemas da Europa e dos Estados Unidos na década de 1910

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Aventuras Na História
31/05/2025 18h00
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O século 19 havia consolidado a expansão industrial e a ascensão de impérios; os anos de 1910, porém, expuseram as fragilidades desses pilares. Guerras, revoluções, pandemias e desigualdades moldaram esse período deixando cicatrizes profundas no tecido das sociedades ocidentais.

Europa: entre alianças, pólvora e ruínas

No início da década, a Europa era o centro do poder mundial, mas internamente carregava tensões crescentes entre as grandes potências: Reino Unido, Alemanha, França, Rússia, Áustria-Hungria e Itália. O cenário era inflamado por nacionalismo exacerbado, rivalidades imperiais e uma intensa corrida armamentista.

Diversos grupos étnicos dentro de impérios multinacionais, como o austro-húngaro e o otomano, buscavam independência. Países recém-unificados como Alemanha e Itália desejavam afirmar sua força no cenário internacional.

A Rússia apoiava o pan-eslavismo nos Balcãs, o que intensificava conflitos com o Império Austro-Húngaro. A Sérvia, por sua vez, queria expandir a sua influência sobre os povos eslavos da região. Paralelamente, potências europeias competiam por colônias na África e na Ásia.

O sistema de alianças, criado teoricamente para manter a paz, teve efeito contrário. De um lado, formou-se a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália); de outro, a Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia). Um conflito localizado poderia — e de fato se tornou — criar uma guerra continental, pois os aliados eram obrigados a intervir.

A corrida armamentista elevava as tensões: cada nação buscava se tornar a potência militar dominante. Esse barril de pólvora foi aceso em junho de 1914, com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria por um nacionalista sérvio em Sarajevo. Em poucas semanas, a Europa mergulhava na Primeira Guerra Mundial.

O conflito foi brutal. As trincheiras francesas, a frente oriental e o colapso de impérios inteiros — austro-húngaro, otomano e o russo — reconfiguraram o mapa europeu. A Revolução Russa de 1917 derrubou o czarismo e instaurou o primeiro regime comunista da história, inaugurando uma nova era de conflitos ideológicos.

No final da guerra, cerca de 20 milhões de pessoas morreram. A Europa estava devastada, com movimentos trabalhistas se espalhando e a população insatisfeita diante da miséria e da destruição. Em 1919, o Tratado de Versalhes impôs severas sanções à Alemanha, gerando um ressentimento que alimentaria conflitos futuros.

Estados Unidos: crescimento, tensões sociais e protagonismo global

Nos Estados Unidos, a década foi marcada por rápida industrialização, urbanização e intensa imigração. Esse crescimento gerou profundas desigualdades econômicas, racismo institucionalizado e exploração trabalhista. Greves, repressões violentas e xenofobia — especialmente contra imigrantes europeus e asiáticos — foram sintomas de uma sociedade em ebulição.

Em resposta, o movimento progressista ganhou força, buscando reformar o sistema político e econômico, combater a corrupção, limitar o poder das grandes corporações e ampliar os direitos civis — como o sufrágio feminino. O país investia pesadamente em infraestrutura e modernização, como na construção do Canal do Panamá e na corrida por arranha-céus.

A entrada dos EUA na guerra em 1917 foi decisiva para a vitória da Tríplice Entente, e estabeleceu o país como uma nova potência global.

A pandemia e o clima de fim do mundo

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Capa do livro O Capo da Máfia - Divulgação 

Como se a guerra não bastasse, entre 1918 e 1919 o mundo foi assolado por uma pandemia. Estima-se que ela tenha infectado um terço da população mundial e matado 60 milhões de pessoas.

Embora tenha se iniciado nos Estados Unidos, a doença foi chamada de “Gripe Espanhola” porque foi a imprensa desse país, neutro e sem censura, noticiou abertamente sua propagação, ao contrário dos países em guerra.

O medo e o luto se espalharam pelas cidades, paralisando a vida pública e evidenciando a fragilidade do sistema de saúde. Para muitos, o mundo parecia ruir sob o peso da própria modernidade.

Ficção e realidade: ecos da década

Foi nesse cenário caótico, violento e transformador que nasceu a ideia do meu livro O Capo da Máfia. Misturando ficção com eventos históricos, o livro apresenta uma narrativa envolvente, recheada de drama, vingança e reviravoltas. Ele conecta o drama de uma família ao colapso de um mundo — e revela como, mesmo em tempos difíceis, o poder sempre encontra seu caminho.


*Marcelo Voigt Bianchi, formado pela Fundação Getúlio Vargas e pela ISCTÈ - Instituto Universitário de Lisboa, é mentor, conselheiro empresarial e de entidades, palestrante e filantropo. Em paralelo, investe na carreira de escritor e publicou O Capo da Máfia: Destino Marcado – parte 1, primeiro livro de uma trilogia. O volume 2 da série está previsto para ser lançado no segundo semestre de 2025 e abordará a chegada do poder pelos fascistas na Itália e a perseguição à Máfia, a Lei Seca e o crescimento radical da Ku Klux Klan nos Estados Unidos.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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