Proa arrancada de navio de guerra dos EUA por torpedo japonês é encontrada
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Recentemente, durante um mapeamento do fundo do mar próximo à ilha de Guadalcanal, no Oceano Pacífico Sul, uma descoberta surpreendente foi feita: a proa do navio de guerra norte-americano USS New Orleans, arrancada da embarcação após ser atingida por um torpedo japonês em 1942 — em meio à Segunda Guerra Mundial.
Nesse episódio, apesar dos danos, o navio surpreendente resistiu ao ataque, e conseguiu retornar à terra com parte da tripulação. No entanto, mais de 180 tripulantes morreram após o ataque, depois que um dos depósitos de munição foi atingido e explodido, arrancando a parte frontal do navio.
Em comunicado, o Comando de História e Patrimônio Naval informa que a proa foi descoberta durante operações de mapeamento em Iron Bottom Sound, nas proximidades de Guadalcanal, nas Ilhas Salomão, a cerca de 675 metros de profundidade.

Conforme repercute o Live Science, o USS New Orleans foi atingido em meio à Batalha de Tassafaronga, em 30 de novembro de 1942. Na ocasião, navios de guerra americanos tentaram interceptar contratorpedeiros japoneses que entregavam suprimentos na ilha — que, naquele momento, era uma importante base militar japonesa, até ser capturada em fevereiro de 1943.
Após a explosão do torpedo que arrancou a proa, o New Orleans começou a inundar; porém, os membros da tripulação que permaneceram em seus postos conseguiram mantê-lo até chegarem em um porto próximo, onde o repararam momentaneamente com um tronco de coqueiro, para finalmente retornarem aos Estados Unidos para reparos permanentes.
"Por todos os motivos, este navio deveria ter afundado", afirma o diretor do Comando de História e Patrimônio Naval, o Contra-Almirante aposentado Samuel Cox, no comunicado. "Mas, graças aos esforços heroicos de controle de danos de sua tripulação, o USS New Orleans tornou-se um dos cruzadores americanos mais gravemente danificados a sobreviver na Segunda Guerra Mundial".
Descoberta dos destroços
O responsável por encontrar os destroços da proa foi o navio de superfície não tripulado (USV) DriX, da Universidade de New Hampshire, que realizava o mapeamento do fundo do mar naquela área com equipamento de sonar. Ele estava sendo controlado por pesquisadores a bordo do Navio de Exploração Nautilus, pertencente à organização sem fins lucrativos Ocean Exploration Trust (OET). Vale mencionar também que a expedição foi apoiada pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).
Daniel Wagner, cientista-chefe do OET e um dos líderes da busca, disse no comunicado que, após o achado, um veículo subaquático operado remotamente (ROV) foi enviado ao local dos destroços para explorá-los, e foi só então que foi confirmado que aquilo se tratava da proa do USS New Orleans.
"Encontrar a proa deste navio é uma oportunidade de lembrar o sacrifício desta valente tripulação, mesmo em uma das piores noites da história da Marinha dos EUA", afirma Cox, por fim.