Rara lagosta azul brilhante é capturada nos Estados Unidos
Aventuras Na História

Uma lagosta de coloração azul brilhante foi recentemente capturada nos Estados Unidos, despertando a curiosidade e o fascínio de especialistas e entusiastas da vida marinha. O crustáceo, carinhosamente nomeado de Netuno, é um exemplar raro da espécie Homarus americanus, que apresenta uma anomalia genética resultando na produção excessiva de um complexo proteico conhecido como crustacianina.
O achado ocorreu em julho, quando Brad Myslinski, capitão da embarcação Sophia & Emma, pescou a lagosta nas proximidades de Salem. A sua jornada até o Centro de Ciências Marinhas da Universidade Northeastern se deu por intermédio do professor Dave Winchester, da Lynn Classical High School, que reconheceu a singularidade do espécime. “Logo que vi a lagosta, sabia o quão rara essa descoberta era”, afirmou Winchester, que tem uma relação próxima com o centro científico, em comunicado.
Na universidade, alunos da Coastal Ocean Science Academy foram os primeiros a conhecer Netuno. Com cerca de 1 kg e aproximadamente 7 anos de idade, a lagosta rapidamente ganhou o coração dos estudantes, que votaram para dar-lhe o nome em homenagem ao deus romano dos mares.
Embora Netuno possua características típicas da lagosta-americana em seu interior, sua coloração azul vibrante a distingue dos demais membros da espécie. De acordo com Sierra Munoz, coordenadora do projeto no centro, essa peculiaridade é bastante rara. “As chances de encontrar uma dessas são de uma em 200 milhões“, ressaltou a especialista.
A mudança na coloração está ligada à anomalia genética mencionada anteriormente, o que torna Netuno uma verdadeira raridade entre os crustáceos. Apesar das lagostas normalmente apresentarem tons mais discretos para camuflagem em ambientes rochosos subaquáticos, existem diversas variantes coloridas na natureza, incluindo as calico, amarelas e albinas.

Desafios e longevidade
Com o avanço das mudanças climáticas, as lagostas enfrentam novos desafios em seus habitats. Predadores como o siri-azul (Callinectes sapidus) estão expandindo seu alcance ao norte devido ao aumento da temperatura das águas. No entanto, Netuno não terá esse problema no ambiente controlado do aquário rochoso do Centro de Ciências Marinhas, onde será mantido longe desses predadores.
A adaptação ao novo lar tem sido positiva para a lagosta. “Recentemente, construímos uma cabana para ele se esconder quando quiser e estamos limitando o tempo que os visitantes passam com ele”, explicou Neida Villanueva, estudante de doutorado envolvida no projeto. As lagostas tendem a ser animais solitários; portanto, garantir um espaço adequado para Netuno é fundamental para seu bem-estar.
Se mantida em segurança e livre de infecções ou problemas durante a troca de carapaça, Netuno poderá desfrutar de uma vida longa, com expectativa superior a 100 anos. Essa nova moradora do Centro de Ciências Marinhas certamente continuará a cativar aqueles que têm a oportunidade de conhecê-la, repercute a Revista Galileu.

