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Restos mortais de dois desaparecidos da ditadura militar são identificados em SP
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Restos mortais de dois desaparecidos da ditadura militar são identificados em SP

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Aventuras Na História
16/04/2025 16h50
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©Arquivo Nacional
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A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou nesta quarta-feira, 16, a identificação de dois desaparecidos políticos cujos restos mortais estavam na vala clandestina de Perus, descoberta em 1990, no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo. 

Conforme relata o comunicado divulgado pela CEMDP, os remanescentes pertencem a Grenaldo de Jesus da Silva e Denis Casemiro, mortos durante a ditadura militar. A identificação foi feita pelo Grupo de Trabalho Perus (GTP), no âmbito do Projeto Perus — uma parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos, a Prefeitura de São Paulo e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

As vítimas

Grenaldo, nascido em São Luís (MA), foi fuzileiro naval. Preso em 1964 por reivindicar melhores condições de trabalho, foi expulso da Marinha e passou à clandestinidade. Em 30 de maio de 1972, participou de uma tentativa frustrada de sequestro de avião no Aeroporto de Congonhas.

Cercado por militares, teve o avião invadido e foi morto por agentes do DOI-Codi, que encheram a cabine com gás lacrimogêneo. Seu corpo foi levado à sede do destacamento, no Ibirapuera, e enterrado como indigente no Cemitério Dom Bosco, segundo registros do Instituto Médico Legal (IML).

Denis Casemiro, natural de Votuporanga (SP), trabalhou como pedreiro e lavrador antes de se juntar à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), grupo de resistência armada à ditadura. Foi preso em abril de 1971 e, segundo o Memorial da Resistência, torturado e executado por agentes do DOPS/SP, sob comando do delegado Sérgio Fleury.

Na época, as autoridades encobriram o crime com uma versão oficial de que Denis teria sido baleado ao tentar fugir. Um relatório do DOPS, assinado por Fleury, afirma que ele foi atingido por tiros “efetuados a esmo” e só localizado no dia seguinte, já internado na Santa Casa de Ubatuba. Ainda segundo o documento, foi transferido a São Paulo para atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos.

Ambos permaneceram por décadas como desaparecidos políticos até terem suas identidades confirmadas por exames do Projeto Perus.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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