Seis naufrágios centenários são descobertos na Suécia

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Recentemente, arqueólogos desenterraram na cidade costeira de Varberd, no sudoeste da Suécia, seis naufrágios históricos perto da costa original, durante uma escavação relacionada ao Túnel de Varberg. Esses vestígios arqueológicos, que vão desde a Idade Média até o século 17, fornecem evidências raras sobre a construção de navios e a atividade marítima da região ao longo de séculos.
Essas descobertas foram feitas ainda em 2019, durante investigações arqueológicas antes do projeto de construção do túnel, quando o trabalho de campo realizado pelo Museu de Bohuslän, Arqueologia Visual e Ambiente Cultural de Halland descobriu os naufrágios. Segundo um relatório, eles ilustram a diversidade de métodos de construção e usos marinhos da época.
"Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais comum encontrar restos preservados de naufrágios na Costa Oeste. Isso se deve a grandes projetos de infraestrutura que frequentemente ocorrem em áreas que, durante a Idade Média e o início da era moderna, estavam submersas ou faziam parte de zonas portuária", enfatiza Elisabet Schager, gerente de projeto da Arkeologerna, da autoridade dos Museus Históricos Nacionais da Suécia, em comunicado.

Naufrágios
Uma das descobertas mais notórias é o Naufrágio 2 de Varberg, um veleiro de carvalho construído em clínquer da década de 1530. Vale mencionar que, no passado, a construção de embarcações em clínquer, com tábuas sobrepostas, era uma técnica comum no norte da Europa, que produzia uma forma nervurada e escalonada para navios.
O Naufrágio 2 chama atenção pelo bom estado de preservação, ainda permitindo observar elementos estruturais coesos, como duas seções de casco a estibordo e um item chamado berghult, uma espécie de faixa protetora que ficava ao longo do casco, usada durante a atracação.
Os pesquisadores do Arkeologerna explicam que o berghult é associado principalmente a navios construídos em carvel — estilo de construção do barco —, mas nesse caso também foi encontrado em embarcações em clínquer. Vale destacar que, ainda, há vestígio de fogo no berghult, o que levante questões sobre a possibilidade de o navio ter sido danificado ou queimado intencionalmente antes de afundar.

Datado do século 17, quando a Suécia consolidava sua presença no Mar Báltico, e embora esteja menos preservado, o Naufrágio 5 também revelou ser construído em clínquer e com carvalho derrubado localmente, o que sugere que ele navegou entre Varberg e a vizinha Ny Varberg, uma cidade que foi abandonada no início do século.
O único construído em carvel entre os seis é o Naufrágio 6. Nele, o uso de tábuas dispostas de ponta a ponta em sua construção resulta em um casco liso, apresentando traços de construção naval holandesa e uma quilha rebaixada preservada, a única do tipo encontrada nas escavações. Infelizmente, a análise dendrocronológica não pôde determinar a idade exata ou a origem da madeira utilizada no navio.
Os outros destroços, identificados como Varbergsvraken 3 e 4, são navios do século 14 e de fundo chato, geralmente utilizados para comércio na Europa medieval. As análises destes ainda estão em andamento, mas os pesquisadores esperam que as descobertas revelem novas informações sobre as redes comerciais e a vida marítima da Idade Média.

Agora, com a investigação contínua dos navios e os esforços para documentação, os naufrágios de Varberg estão se tornando as descobertas arqueológicas marítimas mais importantes da Suécia das últimas décadas.


