Supertufão: China se prepara para evacuação de 400 mil pessoas
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A cidade de Shenzhen, no sul da China, está prestes a enfrentar um dos eventos climáticos mais intensos do ano. As autoridades locais anunciaram, por meio da conta oficial do Departamento de Gestão de Emergências na plataforma WeChat, a retirada de 400 mil moradores diante da aproximação do supertufão Ragasa, que segue em direção ao litoral da província de Cantão com ventos devastadores.
Com rajadas que chegaram a 295 km/h ao passar pelo norte das Filipinas nesta segunda-feira, 22, Ragasa já deixou um rastro de destruição. Tocando terra às 15h locais na ilha filipina de Calaiã (4h em Brasília), a tempestade forçou a evacuação de mais de 10 mil pessoas e provocou o fechamento de escolas e repartições públicas em 30 províncias do país.
“Vê essas palmeiras balançando ao longe? Antes havia oito. Agora só restam quatro de pé”, relatou Herbert Singun, do centro de gestão de tempestades de Calaiã, destacando a força do fenômeno natural. Em outra região afetada, o chefe do serviço de emergências de Cagayan, Rueli Rapsing, afirmou que estavam “experimentando ventos fortes no norte” e que estavam preparados “para o pior”.
Medidas de precaução
Além da China e das Filipinas, Taiwan também adotou medidas de precaução. Em áreas montanhosas próximas a Pingtung, evacuações em menor escala foram realizadas, segundo o corpo de bombeiros local. A lembrança do tufão Koinu, que devastou a mesma região há dois anos, ainda preocupa.
O que mais nos preocupa é que o dano pode ser semelhante”, alertou o bombeiro James Wu.
Na China continental, outras cidades de Cantão além de Shenzhen também suspenderam aulas, serviços de transporte e atividades comerciais. O impacto chegou ainda a Hong Kong, onde a companhia aérea Cathay Pacific anunciou o cancelamento de mais de 500 voos, com o Aeroporto Internacional devendo permanecer fechado até quinta-feira, 25.
A chegada de Ragasa reacende o alerta sobre o agravamento dos eventos climáticos extremos. Cientistas vêm alertando que, embora as Filipinas enfrentem cerca de 20 tufões por ano, a intensidade desses fenômenos tem aumentado, consequência direta das mudanças climáticas causadas pela atividade humana.
Segundo ‘O Globo’, o cenário é agravado por tensões sociais. No domingo, 21, milhares protestaram nas ruas de Manila contra um escândalo de corrupção envolvendo obras de contenção de enchentes — exatamente o tipo de estrutura que agora se mostra vital.
