Torre histórica de 650 anos desaba na China dois meses após restauração

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A Torre do Tambor de Fengyang desabou parcialmente nesta segunda-feira, 19, no leste da China. Centenas de telhas se soltaram do telhado e despencaram de mais de dois andares de altura, levantando uma nuvem espessa de poeira. O episódio, que durou cerca de dois minutos, não deixou feridos, segundo as autoridades locais.
Localizada na província de Anhui, a cerca de 320 quilômetros ao sul de Pequim, a torre foi construída em 1375 e é considerada uma das maiores do tipo no país. Sua base de alvenaria — com 72 metros de comprimento, 34,25 de largura e 15,8 de altura — permanece intacta. A parte danificada foi o pavilhão superior, reconstruído em 1995.
Imagens feitas no local mostram o momento em que as telhas começam a deslizar em sequência. Uma testemunha não identificada relatou que ouviu o som seco das telhas caindo uma após a outra, a partir de uma loja localizada na entrada da torre.
“Não havia ninguém na praça e ninguém ficou ferido. Se tivesse acontecido um pouco mais tarde, haveria muitas crianças brincando (perto da torre) após o jantar”, disse ao veículo The Beijing News.
Restauração
O colapso ocorreu menos de dois meses após a conclusão de uma ampla obra de restauração, feita para conter danos estruturais que vinham se acumulando ao longo do tempo, informou a Reuters.
A proximidade entre a entrega da reforma e o desabamento gerou uma onda de críticas e suspeitas nas redes sociais. Internautas passaram a questionar a qualidade dos materiais utilizados, a execução da obra e a fiscalização por parte dos órgãos públicos responsáveis pela preservação.
A indignação também atinge o fato de que se trata de uma construção com mais de seis séculos de valor histórico e simbólico, vinculada ao início da dinastia Ming. Para muitos, o incidente é reflexo de negligência institucional e da falta de compromisso com a conservação adequada do patrimônio cultural.
O Departamento de Cultura e Turismo de Fengyang confirmou que o caso está sendo investigado. Até o momento, nenhuma autoridade foi responsabilizada.


