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Vergina: A fascinante cidade onde foram sepultados os parentes de Alexandre, o Grande
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Vergina: A fascinante cidade onde foram sepultados os parentes de Alexandre, o Grande

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Aventuras Na História
25/06/2025 19h00
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©Domínio público/desconhecido e Getty Images
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Com pouco mais de mil habitantes, a pacata cidade de Vergina, localizada no norte da Grécia, parece distante da grandiosidade da história que repousa sob seus pés. No entanto, por trás de sua aparência tranquila, esconde-se um dos locais mais importantes da antiguidade: a antiga Aigai, capital do reino da Macedônia e berço da dinastia que deu origem a um dos conquistadores mais famosos do mundo antigo — Alexandre, o Grande.

Nos tempos antigos, Aigai (também grafada como Aegae) era o centro do poder da dinastia Argead, que alegava descendência direta de Hércules. O primeiro rei da dinastia, Pérdicas I, estabeleceu-se ali por volta do século 7 a.C., transformando a região, até então um conjunto de aldeias, no núcleo político da Macedônia.

Durante mais de três séculos, os reis da dinastia Argead governaram a região a partir de Aigai, culminando no reinado do rei Filipe II, que acabaria por ser um dos maiores estrategistas e reformadores militares de seu tempo. Sua ascensão, porém, foi brutalmente interrompida no ano 336 a.C., quando foi assassinado por um guarda-costas durante uma celebração.

Entrada de tumba em Aigai / Crédito: Getty Images

De acordo com o portal All That's Interesting, o evento abriu caminho para que seu filho, Alexandre, assumisse o trono e partisse para realizar os sonhos expansionistas do pai. Em poucos anos, Alexandre o Grande dominaria um império que se estendia da Grécia ao Egito e à Índia, transformando a paisagem política do mundo antigo.

Fim da dinastia

Mas, apesar de sua glória, a dinastia Argead não sobreviveu por muito tempo após a morte de Alexandre, em 323 a.C., aos 32 anos. Seu filho e herdeiro, Alexandre IV, foi assassinado ainda criança, em 310 ou 309 a.C., encerrando oficialmente a linhagem real.

A cidade de Aigai também sofreu com o passar do tempo. Em 168 a.C., os romanos destruíram parcialmente a cidade. Um século depois, um deslizamento de terra soterrou o que restava.

A cidade antiga desapareceria da paisagem e da memória, até ressurgir lentamente a partir do século 19, quando os primeiros restos arqueológicos começaram a ser descobertos.

Uma das tumbas macedônias escavadas / Crédito: Getty Images

Redescoberta

Mas foi em 1977 que Vergina se tornou uma das maiores revelações arqueológicas da história. O arqueólogo grego Manolis Andronikos, da Universidade Aristóteles de Thessaloniki, escavava a região quando encontrou várias tumbas reais, ricamente decoradas com afrescos, metais preciosos e restos humanos. Entre essas tumbas, quatro se destacaram e passaram a ser conhecidas como Tumba 1, 2, 3 e 4.

Os artefatos e os restos encontrados, incluindo bustos de marfim com feições semelhantes às de Filipe II e Alexandre, o Grande, levaram Andronikos a concluir que essas eram as tumbas da família real macedônia. A descoberta logo atraiu atenção internacional e transformou Vergina em um local sagrado da arqueologia clássica.

Inicialmente, acreditava-se que Filipe II estivesse enterrado na Tumba 2, uma das mais bem preservadas. No entanto, com o passar dos anos, essa teoria foi desafiada.

Um estudo publicado no final de 2023 no Journal of Archaeological Science: Reports propôs que o rei poderia estar, na verdade, na Tumba 1. Segundo os pesquisadores, os restos encontrados na Tumba 2 pertenceriam, na verdade, a Filipe III Arrhidaeus, meio-irmão de Alexandre, o Grande.

O trabalho apresentado também reforçou a hipótese tradicional de que a Tumba 3 pertenceria a Alexandre IV, filho de Alexandre, enquanto a Tumba 4 seria do rei Cassandro, um dos generais que disputaram o controle do império após a morte do conquistador.

Busto de Alexandre e caixão funerário encontrados nas tumbas / Crédito: Getty Images

Segundo a fonte, a principal justificativa para a nova atribuição estaria nas características físicas do esqueleto encontrado na Tumba 1. Afinal, Filipe II era conhecido por ser manco — e o esqueleto parecia ter uma fusão no joelho.

Além disso, embora inicialmente se pensasse que o esqueleto na Tumba 2 tivesse uma lesão ocular semelhante à do monarca — a qual foi provocada por uma flecha durante o cerco de Methoni — muitos adeptos dessa hipótese acabaram refutando seus pensamentos originais.

Pesquisa recente

A hipótese, porém, foi rapidamente contestada por uma pesquisa mais recente, publicada em 2025 também no Journal of Archaeological Science.

Nela, pesquisadores afirmaram que a Tumba 1 continha os restos de um jovem casal que viveu entre 388 e 356 a.C., o que tornaria impossível a presença de Filipe II ali, já que ele foi morto em 336 a.C., aos 46 anos. A análise, portanto, levou os especialistas a reafirmarem a hipótese inicial: Filipe II estaria, de fato, enterrado na Tumba 2.

Ainda não há um consenso entre os historiadores sobre o tema e mais estudos são necessários para que o debate seja finalizado. O que é inegável é que Vergina, a antiga Aigai, preserva a memória de uma dinastia que moldou o destino do mundo antigo. Afinal, foi ali que Alexandre foi coroado, que reis foram sepultados e que teve início um império.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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