Vírus 'mortal' do Nilo Ocidental é identificado em mosquitos do Reino Unido

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Autoridades britânicas intensificaram os esforços de vigilância epidemiológica após detectarem, pela primeira vez, fragmentos genéticos do vírus do Nilo Ocidental em mosquitos capturados no Reino Unido. A análise, divulgada nesta quarta-feira, 21, foi conduzida pela Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA) em parceria com a Agência de Saúde Animal e Vegetal (APHA).
Os vestígios do vírus foram identificados em exemplares da espécie Aedes vexans, recolhidos em julho de 2023 em áreas alagadiças nas margens do rio Idle, em Gamston, no condado de Nottinghamshire, na Inglaterra.
Segundo a UKHSA, não há registro de infecção em humanos ou aves no território britânico até o momento, e o risco para o público é considerado “muito baixo”. Ainda assim, como precaução, profissionais de saúde foram orientados a considerar a testagem para o vírus em casos de encefalite sem causa aparente.
Vírus 'mortal'?
O vírus do Nilo Ocidental é endêmico em várias partes do mundo e circula principalmente entre aves silvestres, sendo transmitido por mosquitos que se alimentam desses animais.
Embora a maioria das infecções em humanos seja assintomática ou provoque apenas sintomas leves, semelhantes aos de uma gripe comum — como febre, dor de cabeça, fadiga e dores musculares —, em uma pequena parcela dos casos, o vírus pode causar complicações neurológicas graves.
Isso inclui meningite (inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), encefalite (inflamação do cérebro) e poliomielite flácida aguda, que pode levar à paralisia.
Estima-se que cerca de 1 em cada 150 pessoas infectadas desenvolva formas graves da doença, que exigem hospitalização e podem resultar em sequelas permanentes ou morte. Por essa razão, o vírus é classificado como potencialmente mortal, apesar da baixa taxa de letalidade geral.
Segundo o The Independent, desde o ano 2000, o Reino Unido registrou sete casos em pessoas infectadas fora do país, mas não houve transmissão local até o momento.
Mudanças climáticas
Especialistas ressaltam que o surgimento do vírus no Reino Unido é um reflexo das mudanças climáticas. O aumento das temperaturas facilita a adaptação de espécies de mosquitos não nativas e pode tornar o país mais vulnerável a surtos de doenças tropicais. Vetores podem chegar também por meios de transporte, como carros, caminhões e contêineres.
A detecção do vírus do Nilo Ocidental no Reino Unido faz parte de um cenário mais amplo, em que, diante das mudanças climáticas, doenças transmitidas por mosquitos estão se expandindo para novas áreas”, afirmou o Dr. Arran Folly, da APHA, em comunicado.
O Dr. Jolyon Medlock, da UKHSA, orientou a população a adotar medidas de proteção em áreas com acúmulo de água. “Para evitar picadas ao visitar esses ambientes, use roupas de manga comprida e calças para cobrir braços e pernas, aplique repelente na pele (preferencialmente com DEET), mantenha portas e janelas fechadas sempre que possível, ou utilize cortinas ou telas protetoras”, destacou em nota.


