EUA registram relâmpago mais longo do mundo, com 829 km de comprimento

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O relâmpago com maior extensão foi registrado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quinta-feira (31). O raio que conquistou novo recorde mundial, de 829 km de comprimento, aconteceu durante uma tempestade entre os estados do Texas e Missouri, nos EUA, em outubro de 2017.
“Esse novo recorde mostra como a natureza ainda guarda fenômenos impressionantes e como os avanços tecnológicos ajudam a observá-los com mais precisão”, disse ao G1 o professor Randall Cerveny, da OMM.
O impressionante relâmpago, cuja extensão é maior que a distância de cidades como São Paulo a Belo Horizonte. Para se ter uma ideia ainda mais vívida, é quase a mesma que separa São Paulo do Rio de Janeiro em linha reta. Este novo recorde supera o anterior, que era de 768 quilômetros e havia sido registrado no sul dos Estados Unidos.

O que explica este relâmpago?
Relâmpagos como este, conhecidos como “megaflashes”, são eventos raros e poderosos. Eles ocorrem quando as condições atmosféricas permitem que uma única descarga elétrica se propague por distâncias extraordinariamente longas, conectando diferentes células de tempestade. A ocorrência desse recorde nos Estados Unidos não é totalmente inesperada, já que a região é conhecida por seus sistemas de tempestades de grande escala. Para se ter uma ideia, raios comuns duram menos de 1 segundo e podem se estender por até 16 quilômetros.
Pesquisadores analisaram essa descarga elétrica com a ajuda de satélites meteorológicos de última geração. Além disso, contaram com cientistas de vários países. Uma das participantes foi a brasileira Rachel Albrecht, professora da USP.
Segundo o pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Marcelo Saba, em entrevista à Folha de SP, de forma geral, raios são formados por uma descarga que se propaga. Inicialmente, forma-se dentro de nuvens. Eventualmente, chegam ao solo. “Cargas elétricas na nuvem que propulsionam, vamos dizer assim, essa descarga que continua se propagando. Se a nuvem é bastante extensa, horizontalmente, ela vai dar chances a que ocorram essas descargas”, afirma.
A descoberta reforça que, mesmo com todo o avanço tecnológico, a natureza ainda guarda surpresas. Além disso, continua a nos desafiar a expandir os limites do conhecimento humano. Por fim, este raio de dimensões gigantescas serve como um lembrete vívido da força indomável que vem do céu.



