Especialista faz alerta sobre doença que fez João Gomes parar de beber: ‘Prejudicial’
Caras

Na última terça-feira, 22, João Gomes viralizou na internet após confessar em entrevista que parou de beber para cuidar do tratamento de uma doença silenciosa no fígado. O cantor de 22 anos está à espera do seu segundo filho com Ary Mirelle.
O diagnóstico, segundo o cantor, seria de gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática. Preocupado com a saúde, ele resolveu parar de consumir bebidas alcóolicas até estar completamente recuperado.
“Parei por conta de mim mesmo”, contou em entrevista ao influenciador Emersonyslley, no Instagram. “Estava começando a ter gordura no fígado, aí falei: ‘poxa, não quero mais’”.
Em entrevista à CARAS Brasil, a hepatologista Dra. Patrícia Almeida alerta sobre a importância de não consumir bebidas alcoólicas e a relação entre a bebida e o diagnóstico de gordura no fígado do cantor.
“Quando está relacionada ao álcool, falamos em esteatose hepática alcoólica”, explica Patrícia Almeida. “Essas duas causas não são mutuamente exclusivas. Elas podem coexistir, somando agressões ao fígado e acelerando a progressão para quadros mais graves, como inflamação (esteato-hepatite), fibrose, cirrose e até câncer”.
Segundo a hepatologista, na maioria dos casos, a esteatose hepática é assintomática, podendo estar presente por anos sem causar nenhum sinal evidente além de sintomas inespecíficos, como um desconforto leve na região do fígado, sensação de peso ou fadiga. É importante que toda pessoa diagnosticada procure um hepatologista para avaliação da gravidade do caso.
Patrícia alerta que, a partir do diagnóstico, suspender o álcool é uma medida essencial para permitir que o fígado se recupere: “O álcool é uma substância diretamente tóxica para o fígado, e isso vale mesmo para quantidades consideradas “sociais”, principalmente em pessoas que já têm lesão hepática”.
Ainda segundo a especialista, quando o consumo de álcool é interrompido, especialmente nos estágios iniciais da doença, o fígado tem uma grande capacidade de regeneração. Essa melhora pode ser significativa, tanto em exames quanto em sintomas.
Em sua entrevista, João Gomes afirma que pretende voltar ao consumo de álcool após sua recuperação completa da doença. Quando questionada sobre, a hepatologista alerta que a volta ao hábito, mesmo após a melhora, pode ser extremamente prejudicial.
“O retorno à bebida reativa o processo inflamatório”, ela alerta. “Acelera a fibrose e pode precipitar complicações como cirrose ou hepatite alcoólica grave”.
O álcool, apesar de ser uma causa importante de gordura no fígado, não é a única. Hoje, a maior parte dos casos de esteatose está associada à disfunção metabólica e em alguns casos, os dois fatores estão presentes ao mesmo tempo, favorecendo a progressão de casos mais graves.
A Dra. Patricia Almeida explica que o tratamento da esteatose depende da causa e do estágio da doença. Nos casos ligados ao álcool, a abstinência total é fundamental, enquanto nos casos metabólicos, o foco está na mudança do estilo de vida: alimentação saudável, prática de atividade física e controle rigoroso dos fatores de risco, como glicose, colesterol e pressão arterial.
“Quando a causa é o álcool, a abstinência é necessária, e não há medicamentos que trate ou minimize o problema”, conclui.
CONFIRA O VÍDEO DA ENTREVISTA PUBLICADO PELO INFLUENCIADOR EMERSONYSLLEY NO INSTAGRAM:
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