5 meses depois, causa da morte de paciente ignorado em UPA é revelada

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Cinco meses após a morte de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, em uma cadeira da UPA da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, a família recebeu o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), que apontou como causa da morte “edema pulmonar, miocardiopatia dilatada e gastrite erosiva com hemorragia digestiva”.
A revelação contradiz a versão inicial da unidade, que relatou infarto como motivo do óbito. A demora na entrega do documento e a falta de clareza no atendimento geraram revolta nos familiares.
O que tinha acontecido?
José Augusto chegou à UPA no dia 16 de dezembro de 2024 com fortes dores abdominais, mas morreu sem ser atendido. A imagem do seu corpo ainda na cadeira da recepção repercutiu nas redes sociais e provocou comoção. Segundo a irmã Meiriane Mota, o que já havia era buscado atendimento diversas vezes e sempre foi liberado com dipirona. “Disseram que foi infarto, mas o laudo mostra outra coisa”, afirmou. Ela também destacou a sensação de desamparo e a ausência de respostas sobre o caso.
Em um dos vídeos que circularam nas redes, uma mulher que estava na UPA relata: "O homem chegou aqui gritando de dor, e só o atenderam depois que ele morreu. Isso é uma ruindade, todos são prejudicados", disse a testemunha. "Só queremos justiça. Isso não vai trazer meu irmão de volta, mas alguém tem que ser responsabilizado", a irmã também se manifetou.
Ação da prefeitura
A Prefeitura do Rio observou falhas no atendimento e desligou 13 profissionais envolvidos. A Secretaria Municipal de Saúde informou que revisou os protocolos da unidade e promoveu capacitação das equipes.
A família move uma ação civil contra o município por danos morais e ingressou com pedido de indenização por omissão de socorro. Na esfera criminosa, o caso é investigado pela 41ª DP, que já reuniu os profissionais que estavam de plantão.


