Conheça a 'Dama do Crime': a mulher por trás da lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

Uma operação policial em Belo Horizonte resultou na prisão preventiva de Anne Casaes, de 38 anos, conhecida como “Dama do crime” e apontada pela Polícia Civil como uma das principais articuladoras dos esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias do Comando Vermelho (CV).

Anne foi detida nesta terça-feira (15) em uma cobertura no bairro Buritis, na Região Oeste da capital mineira, onde estava para realizar uma cirurgia plástica. Poucas horas depois, ela foi liberada pela Justiça, que levou em consideração que ela é mãe de uma criança de 2 anos e está em recuperação após o procedimento.

A prisão de Anne ocorreu durante a Operação Reversus, ação que visa desarticular o núcleo financeiro das facções criminosas que atuam em diversos estados do país. Ao todo, foram cumpridos 26 mandados de prisão e mais de 50 de busca e apreensão em Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O principal objetivo da operação é bloquear a movimentação de recursos que financiam as atividades criminosas do tráfico entre as regiões.

Segundo as investigações, Anne exercia um papel estratégico dentro do CV, sendo responsável por manter a comunicação entre os líderes da facção em diferentes estados e coordenar as operações financeiras do grupo. A Polícia Civil aponta que sua atuação se intensificou após a morte do ex-marido, Júnior Gago, antigo chefe do tráfico do CV no Mato Grosso, assassinado na Bolívia.

Nas redes sociais, Anne se apresenta como CEO e fundadora de um instituto de beleza em Cuiabá (MT), compartilhando fotos com familiares e filhos. Em 2022, publicou uma foto de teste de gravidez com a legenda: "Que venha com muita saúde, porque do resto Deus cuida".

Ela já havia sido presa anteriormente em Minas Gerais por crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A defesa de Anne negou qualquer envolvimento dela nos crimes investigados, afirmou não ter tido acesso aos documentos do processo, que tramita em segredo de Justiça, e declarou confiança na apuração dos fatos e na inocência da cliente.