Entregador fica em coma após ser intoxicado por ácido; veja o culpado

A família do entregador Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, de 29 anos, está tomando medidas legais contra uma clínica de hemodiálise no Rio de Janeiro após um erro médico grave que deixou o jovem em estado gravíssimo. O caso, que aconteceu na Clínica Nice Diálise, conveniada ao SUS, foi registrado na 72ª DP (São Gonçalo) e causou profunda indignação entre os familiares. De acordo com o jornal Extra, o rapaz está em coma induzido e internado há uma semana, em estado de perigo, após receber, por engano, uma substância usada para limpeza de máquinas de hemodiálise.

O que a família disse?

Segundo a mãe de Bruno, Renata Rodrigues Ventura dos Santos, a tragédia começou com uma sensação de inquietação. O filho, que sofria de doença renal crônica e fazia diálise três vezes por semana, chegou a expressar que não queria fazer o tratamento naquele dia. No entanto, ele acabou entrando na sala de procedimento. Pouco tempo depois, Renata notou uma movimentação incomum e frenética da equipe médica, com enfermeiras entrando e saindo da sala do médico, pedindo ajuda. A mãe comenta que essa “correria fora do comum” a deixou extremamente preocupada.

A angústia de Renata se intensificou quando ela tentou, sem sucesso, entrar em contato com o filho por mensagens. A realidade do que estava acontecendo só se tornou clara quando duas ambulâncias, uma do Samu e outra dos bombeiros, chegaram à clínica. Ao se aproximar, Renata viu o filho ser retirado em uma maca. A cena foi chocante: ele estava “todo inchado, com a boca sangrando e desfalecido”. Em um momento de desespero, ela chegou a pensar que ele estava morto.

A família denuncia não apenas o erro fatal, mas também a alegada negligência da clínica em prestar socorro rápido e eficaz. Bruno deu entrada na clínica às 6h30 da manhã e, mesmo após o incidente, só foi socorrido por volta das 8h. O pai do jovem, Márcio Luiz Alves dos Santos, foi informado por um médico da clínica que houve um “acidente” durante a sessão e que ácido havia entrado no sangue do paciente. O pai, que descreve Bruno como um “jovem ativo”, registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal, onde é detalhado que havia resíduos do ácido na máquina de hemodiálise usada por seu filho.

A versão da família é corroborada por um laudo médico do pronto-socorro para onde Bruno foi levado. O documento detalha que o paciente deu entrada com “rebaixamento do nível de consciência durante a sessão, secundária à infusão acidental de ácido peracético”. O quadro de Bruno evoluiu rapidamente para uma situação crítica, com “hemorragia com edema cerebral difusa e anemia, além de distúrbios metabólicos e respiratórios”. Ele precisou ser entubado para conter um edema na glote e nas vias aéreas. Atualmente, o entregador permanece na UTI, em estado grave, sedado e com ventilação mecânica. Diante do que consideram um “erro inadmissível”, os familiares já procuraram uma advogada e estão determinados a entrar na Justiça contra a clínica para buscar reparação pelo sofrimento e pelos danos causados a Bruno.