Influenciador é preso em Brasília suspeito de extorsão contra autoridades de Minas Gerais

O influenciador digital Ronnie Peterson Gonçalves da Silva, de 42 anos, foi preso preventivamente em Brasília, nesta terça-feira (16), suspeito de tentar extorquir autoridades municipais de Santa Luzia, em Minas Gerais. Segundo a Polícia Civil, ele influenciou as concessões do pagamento de R$ 100 mil ao prefeito, ao vice e aos secretários da cidade, ameaçando divulgar conteúdos difamatórios nas redes sociais caso não recebesse o valor.

De acordo com as investigações, quando os políticos não cederam às canções, Ronnie passou a publicar postagens críticas contra os alvos. O influenciador possui mais de 280 mil seguidores em uma rede social, o que potencializou o alcance das publicações.

Em nota, a defesa de Ronnie afirma que ele seria “vítima de uma armação política” arquitetada por um ex-advogado, alegando que informações obtidas na relação advogado-cliente foram “indevidamente utilizadas e distorcidas em um claro movimento de perseguição política”.

O delegado Fábio Gabrich, da Polícia Civil de Minas Gerais, explicou que Ronnie teria sido acusado de ter sido contratado por uma agência para atacar a gestão municipal, mas que queria romper o acordo. “Segundo o investigado, ele teria que ressarcir essa agência para que não mais falasse do atual governo municipal de Santa Luzia e, com isso, ele cobrava a quantia de R$ 100 mil, com um pagamento inicial parcelado e o restante a ser pago posteriormente”, disse o delegado. Entretanto, o influenciador não apresentou qualquer prova da existência da suposta agência.

Prefeitura se manifestou

A Prefeitura de Santa Luzia informou que não vai se pronunciar enquanto o caso estiver em andamento. Ronnie deve responder por extorsão, difamação e injúria. Nas redes, ele se apresenta como “jornalista, marketeiro, comunicador, diretor e apresentador”, além de “armamentista”, e mantém um programa diário cujo estúdio, localizado no Setor Hoteleiro Norte de Brasília, foi o local de sua prisão.

Ainda segundo a Polícia Civil, Ronnie já foi investigado em outros inquéritos, incluindo estelionato e crimes contra a honra, além de responder a processos por extorsão em diferentes municípios. A prisão foi contornada com o apoio do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal.

A defesa de Ronnie destacou na íntegra: “É fundamental esclarecer a opinião pública de que o Sr. Ronnie é vítima de uma armação política, articulada pelo grupo comandado pelo atual Secretário de Finanças, Sr. e distorcidas em um claro movimento de perseguição política, com o objetivo de prejudicar e desmoralizar meu cliente perante a sociedade. Assim, qualquer narrativa que tente imputar crimes ou condutas desonrosas ao Sr. Ronnie não passa de acusações infundadas, sem base em provas reais e forjadas para atender a interesses ocultos.”