Justiça determina que adolescentes que torturaram aluna sejam internados

A Justiça determinou a internação provisória de três adolescentes envolvidas na tortura de uma aluna de 12 anos na Escola Estadual Carlos Hugueney, localizada em Alto Araguaia, a cerca de 415 km de Cuiabá. A medida foi anunciada após a conclusão do inquérito conduzido pela Polícia Civil, que revelou a existência de um grupo de estudantes que se organizava de maneira semelhante a facções criminosas. “As agressoras mantinham um grupo na escola inspirado em facções criminosas”, afirmou o delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pelo caso.

Apesar de quatro adolescentes estarem envolvidas diretamente na agressão, apenas três foram apreendidas, já que uma delas tinha 11 anos na data dos fatos e, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não pode ser submetida à internação. As adolescentes apreendidas serão transferidas para uma unidade socioeducativa em Cuiabá, onde irão cumprir a medida determinada pela 1ª Vara de Alto Araguaia. “A Polícia Civil irá recomendar ao Ministério Público a internação das adolescentes”, acrescentou a corporação.

Durante os depoimentos, as menores confessaram não só o ataque contra a colega de 12 anos, como também outras quatro agressões anteriores a alunas da mesma escola, alegando que todas serviam como formas de punição. Os celulares das suspeitas foram apreendidos e a polícia localizou registros em vídeo das agressões. A investigação também apontou que algumas das adolescentes possuem vínculos familiares com organizações criminosas. “Uma das adolescentes já havia sido conduzida à delegacia por estar em companhia de membros de uma facção, um deles com drogas”, destacou o relatório policial.

Em nota oficial, a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) afirmou que equipes da gestão escolar e da Diretoria Regional de Educação estão oferecendo apoio psicológico às vítimas, envolvidos e suas famílias. A pasta declarou ainda que está apurando os fatos e pretende aplicar “punições exemplares dentro do que permite a legislação”, embora não tenha especificado quais providências foram adotadas até o momento. O estado de saúde da vítima não foi divulgado.