Menina de 7 anos fez pedido para mãe um dia antes de ser morta pela madrasta

Uma tragédia comoveu o Distrito Federal nesta sexta-feira (21), após uma criança de 7 anos ser morta enforcada pela própria madrasta na Estrutural. A dor da perda é agravada pela revelação da última conversa da vítima com a mãe, Fabiana Marinho, que não conseguiu buscar a filha a tempo de evitar o crime.

A mãe relatou à TV Globo que ouviu um pedido da criança para voltar para a casa dela, em Valparaíso de Goiás (Entorno do DF), na véspera do assassinato: “Eu falei: ‘Amanhã, a mamãe vai te buscar’. E fui buscar minha filha morta,” desabafou Fabiana.

A criança morava com o pai e a madrasta para fins de estudo, com planos de ser levada de volta à casa da mãe e dos irmãos ao fim do ano letivo, mas insistia que não queria mais ficar na casa do pai.

Confissão, motivação fútil e passado de violência

A madrasta, identificada como Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos, se entregou à Polícia Civil do DF e confessou o crime.

A motivação alegada pela assassina é de uma futilidade chocante: ela disse ter cometido o crime após a criança afirmar que preferia morar com uma vizinha.

A família da vítima, no entanto, aponta um histórico de violência e negligência. Fabiana afirma que a madrasta já tinha comportamento agressivo e usava drogas. A irmã da vítima relembrou o desespero da menina:

“Ela estudava durante a semana e, nos finais de semana, ficava com a gente. Só que na segunda-feira de manhã, ela chorava. Ela falava: ‘Eu não quero ir [para a casa do pai]’,” contou a irmã, que preferiu não se identificar.

A irmã afirma ainda que a menina relatou uma vez: “Mãe, minha madrasta tentou matar meu pai, botou veneno para ele comer”.

Histórico criminal e negligência do pai

A frieza do crime ganhou um contexto ainda mais sombrio na delegacia. Policiais descobriram que Iraci Bezerra dos Santos Cruz tinha um mandado de prisão em aberto expedido pelo Estado do Pará por um homicídio praticado contra o ex-companheiro, fato que ela nega.

A mãe da vítima também exige responsabilização do pai, que afirmou em depoimento que a convivência entre a filha e a madrasta era “dentro da normalidade”, mesmo diante dos alertas da criança:

“O pai dela foi negligente de deixar minha filha com essa mulher. Disseram que essa mulher estava drogada há três dias. Eu quero justiça, quero que ele pague também. Se ele tivesse protegido ela, não tinha acontecido isso.”

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