Mentiu? Trump fala bem de Lula e bolsonaristas veem jogada estratégica
Contigo!

O encontro rápido entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira (23), provocou diferentes leituras no cenário político brasileiro. Para parlamentares próximos ao governo, o gesto do ex-presidente dos EUA representaria um reconhecimento internacional ao líder brasileiro. Já aliados de Jair Bolsonaro enxergaram na conversa um movimento estratégico do republicano, voltado a fortalecer sua posição nas futuras negociações bilaterais.
Após Lula abrir a rodada de discursos na ONU, criticando ataques ao Judiciário e condenando a extrema-direita, Trump falou sobre o breve contato que teve com o petista. Segundo o republicano, foram apenas 20 segundos, mas suficientes para perceber uma “química excelente” entre os dois. Ele também afirmou considerar Lula “um homem muito legal” e ressaltou que só negocia com pessoas de quem gosta.
Segundo a colunista Jussara Soares, da CNN, para o lado bolsonarista, a leitura predominante foi de que Trump estaria construindo terreno para futuras exigências. O entorno de Bolsonaro avaliou que a ausência do nome do ex-presidente em parte do discurso americano indica uma estratégia para abrir diálogo com Lula e, posteriormente, buscar concessões, inclusive sobre temas como anistia. Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro (PL/SP) elogiou a postura do republicano, citando sua prática de aumentar a tensão antes de impor condições nas negociações.
Por outro lado, outras pessoas comemoraram o gesto, destacando a habilidade de Lula em lidar com líderes internacionais. Lindbergh Farias (PT/RJ) comparou a relação a momentos históricos, enquanto Erika Hilton (PSOL/SP) afirmou que Trump “recalculou a rota” após falhas em iniciativas anteriores.
O gesto de Trump sinaliza aproximação real ou apenas estratégia política?
Apesar do tom amistoso, especialistas e aliados de Bolsonaro apontam que a declaração de Trump pode ser mais tática do que simbólica. Ao elogiar Lula, o republicano cria expectativa, mas mantém pressão sobre o governo brasileiro em temas econômicos e diplomáticos. Por outro lado, integrantes do governo e da imprensa internacional observam o episódio como um indicativo de que uma reaproximação entre Washington e Brasília pode estar em curso, embora sem definições formais até o momento. A cautela é maior entre diplomatas brasileiros, que ressaltam que qualquer encontro futuro ainda depende de acordos preliminares e negociações discretas.
As informações são da CNN.
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