Pessoa mais velha do mundo morre aos 116 anos no Rio Grande do Sul

Inah Canabarro Lucas, gaúcha de São Francisco de Assis, morreu nesta quarta-feira (30) aos 116 anos. Considerada a pessoa mais velha do mundo, Inah viveu uma vida dedicada à fé, à educação e à rotina tranquila. Segundo o sobrinho Cleber Lucas, ela faleceu de forma natural, sem nenhuma doença específica. “O organismo foi parando aos poucos”, explicou ele, emocionado. A família também disse que ela estava em paz. “Está com Deus e com o Papa Francisco”, completou o sobrinho.

Desde jovem, Inah escolheu a vida religiosa. Aos 16 anos, ingressou no internato Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento, e em 1928 fez seus votos em Montevidéu, no Uruguai. Depois, voltou ao Brasil para ensinar português e matemática no Rio de Janeiro e mais tarde retornou ao interior gaúcho. Ensinou por muitos anos até se aposentar, mas nunca deixou de seguir sua rotina de oração e disciplina.

Mesmo com idade avançada, Inah manteve o bom humor. No Dia do Idoso de 2024, quando perguntaram quantos anos tinha, ela respondeu com leveza: “Poucos anos. 116”. Embora tivesse dificuldades de visão e audição, seguia firme em seus horários. Acordava, comia, rezava e dormia sempre no mesmo ritmo. Vivia em Porto Alegre, na casa das Irmãs Teresianas, onde era muito querida por todas.

A vida de Inah ganhou repercussão internacional. Em janeiro de 2025, após a morte da japonesa Tomiko Itooka, ela passou a ser reconhecida como a pessoa mais velha do mundo pela organização LongeviQuest. Em 2018, já havia recebido uma bênção do Papa Francisco pelos seus 110 anos. O certificado, guardado com carinho, era um de seus maiores orgulhos.

Segundo o sobrinho, o segredo de tanta longevidade estava em sua espiritualidade e dedicação ao próximo. “Acho que foi isso: determinação e entrega”, disse ele. Inah também era torcedora do Internacional e chegou a ser homenageada pelo clube.