Polícia solicita prisão preventiva de mais um suspeito no assassinato do ex‑delegado‑geral

A Polícia Civil de São Paulo solicitou a prisão preventiva de mais um suspeito de participação no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado com diversos disparos de fuzil na última segunda-feira, 15, na cidade de Praia Grande, no litoral sul paulista. Com isso, chega a seis o número de envolvidos oficialmente apontados pela investigação.

O novo pedido de prisão preventiva tem como alvo Rafael Marcell Dias Simões, que já possui antecedentes criminais, incluindo uma condenação por sequestro. A polícia, no entanto, não detalhou publicamente qual teria sido o papel específico de Simões na dinâmica do crime. A solicitação foi protocolada junto com o mandado contra Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como “Fofão”, que acabou preso na manhã desta sexta-feira (19/9), após ser localizado por agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande.

As investigações apontam que o crime foi premeditado e contou com uma estrutura organizada, que envolveu planejamento logístico, armamento pesado e o uso de múltiplos veículos para executar e dar fuga aos envolvidos. Segundo a polícia, Ruy Ferraz Fontes foi alvejado por disparos de fuzil enquanto saía de um imóvel no bairro Canto do Forte, área nobre da cidade.

A apuração revelou que dois veículos — um Renault Logan e um Nissan Versa — foram utilizados na execução. Ambos foram localizados posteriormente pelas autoridades e passaram por perícia técnica. Em um deles, peritos encontraram perfis genéticos compatíveis com dois dos foragidos: Felipe Avelino da Silva, conhecido pelo apelido “Mascherano”, e Flávio Henrique Ferreira de Souza. Ambos já são procurados pela Justiça.

Outro envolvido é Luis Antônio Rodrigues de Miranda, acusado de ter ordenado que uma mulher — Dahesly Oliveira Pires, também presa — buscasse um dos fuzis utilizados no atentado. A polícia acredita que o armamento foi transportado por ela até o local do crime. Dahesly foi localizada e detida ainda na semana passada e permanece à disposição da Justiça.

Até o momento, apenas Luiz Henrique Batista (Fofão) e Dahesly Pires estão sob custódia. Os demais envolvidos seguem foragidos, e diligências continuam em andamento para capturá-los.

Paralelamente, a Polícia Civil investiga a possível participação de um policial militar, cujo nome ainda não foi divulgado. Segundo os investigadores, ele é irmão do proprietário de um imóvel que teria servido como ponto de apoio logístico para os criminosos antes da execução. No local, a perícia recolheu mais de 40 impressões digitais, incluindo as do policial e as do irmão dele, o que levanta suspeitas sobre o possível uso da casa como base operacional para o grupo.

Até o momento, a polícia trabalha com várias linhas de investigação e não descarta nenhuma hipótese — incluindo a possibilidade de que o crime tenha ligação com a atuação de Ruy Ferraz Fontes em sua carreira na Polícia Civil. Fontes atuou por mais de 40 anos na instituição e chegou ao cargo máximo, como delegado-geral, entre 2019 e 2022. Após sua aposentadoria, passou a ocupar o cargo de secretário de Administração em Praia Grande, onde vinha desempenhando funções de gestão pública.

O assassinato de Ruy Ferraz Fontes teve forte repercussão no meio policial e jurídico, tanto pela violência com que foi cometido quanto pela trajetória da vítima dentro da corporação. A investigação segue sob responsabilidade da DIG de Praia Grande, com apoio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Com esse caso do assassinato do ex-delegado, a policia nos mostra que só existe crime sem solução porque eles querem, porque quando é com alguém deles, eles acham rapidinho os bandidos. pic.twitter.com/RZ90cvbEMW

— Italo Marsinho (@ItaloMarsinho) September 19, 2025

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