Home
Notícias
Saiba quem é a 'Princesinha do Crime', mulher que fugiu de presídio em SP
Notícias

Saiba quem é a 'Princesinha do Crime', mulher que fugiu de presídio em SP

publisherLogo
Contigo!
18/09/2025 21h59
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/rss_links/images/50850/original/Contigo.png?1764196103
icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

A jovem Rafaela Sampaio Camorim, de 27 anos, conhece como Rafa Car, protagonizou uma fuga de filme nesta quinta-feira, 18, ao ser resgatada por criminosos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) do Butantã, em São Paulo. Conhecida como “Princesinha do Crime”, ela estava presa por envolvimento com uma quadrilha que roubava veículos de luxo na capital paulista e na região do ABC.

A fuga, digna de roteiro de cinema policial, foi articulada por um casal armado que invadiu a unidade prisional durante o período da manhã. Aproveitando o momento em que um caminhão de entrega chegava ao presídio, os dois conseguiram acessar o local, render agentes penitenciários e, em poucos minutos, libertar Rafaela. Uma das servidoras foi trancada dentro de um banheiro próximo ao refeitório, enquanto os criminosos levavam Rafaela para fora do complexo, sem encontrar resistência.

A operação de resgate teria sido motivada por uma possível transferência da detenta para uma unidade de regime fechado. Segundo fontes internas do sistema prisional, a jovem corria o risco de perder o benefício do regime semiaberto, e sua mudança para outro presídio mais rígido era iminente. A fuga teria sido a alternativa encontrada por aliados da criminosa para evitar que ela enfrentasse um ambiente mais controlado e seguro, onde a vigilância é mais intensa.

Da pedagogia ao crime organizado

Nas redes sociais, Rafaela projetava uma imagem bastante diferente da mulher envolvida com crimes de alto impacto. Em seu perfil no LinkedIn, por exemplo, ela se apresentava como recepcionista, com ampla experiência em rotinas administrativas, atendimento ao público, organização de documentos e controle de correspondência. Além disso, dizia ter concluído a graduação em pedagogia na Faculdade São Bernardo em 2020, o que dava ainda mais legitimidade à sua persona social e profissional.

No entanto, por trás dessa fachada, a jovem liderava uma organização criminosa especializada no roubo de veículos de alto padrão. A quadrilha agia com planejamento, escolhendo alvos específicos e utilizando dispositivos eletrônicos para desativar sistemas de segurança dos carros. Os veículos eram levados para desmanches clandestinos ou revendidos com documentação falsificada.

Rafaela foi presa pela primeira vez em janeiro de 2022, durante uma ação conjunta entre a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal em São Bernardo do Campo. Na ocasião, cinco veículos roubados foram apreendidos. A operação foi considerada um duro golpe contra a organização que ela ajudava a comandar. Meses depois, veio a condenação: 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado, com progressão para o semiaberto.

Presídio vulnerável e histórico de falhas

O CPP do Butantã, de onde Rafaela escapou, já vinha sendo alvo de críticas e denúncias há anos. A unidade prisional apresenta sérios problemas estruturais e operacionais, segundo relatos de funcionários e vistoria da Defensoria Pública. Faltam agentes penitenciários suficientes para cobrir a área interna e externa da prisão, os veículos utilizados em escoltas estão em más condições e não há número suficiente de servidores armados para conter situações de emergência.

Em 2021, a Defensoria chegou a solicitar judicialmente a transferência de todas as presas da unidade, alegando que o prédio estava em condições precárias e não oferecia segurança adequada nem para as internas, nem para os funcionários.

O caso de Rafaela não é o primeiro a escancarar a fragilidade da segurança na unidade. Somente em 2024, sete detentos fugiram do CPP do Butantã em um intervalo de 48 horas. Esses episódios reforçam a urgência de uma reestruturação profunda no sistema penitenciário paulista, especialmente nas unidades que abrigam presos em regime de progressão.

Buscas e investigação

Logo após a fuga, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) foi notificada, e a Polícia Militar iniciou as buscas. Equipes da PM Rodoviária foram acionadas para tentar interceptar os fugitivos nas principais rodovias da região, especialmente na Raposo Tavares, rota mais provável de fuga. Helicópteros também estão sendo usados nas operações de busca aérea.

O caso está sendo investigado como facilitação de fuga e associação criminosa. As autoridades trabalham com a hipótese de que o casal que participou do resgate tenha ligações diretas com a organização criminosa à qual Rafaela pertencia — ou ainda, que ela mesma tenha orquestrado o plano de dentro da prisão.

A SAP ainda não se manifestou sobre eventuais falhas na segurança da unidade nem confirmou se há investigações internas em curso para apurar responsabilidades.

Veja:

 

Leia a matéria original aqui.

icon_WhatsApp
icon_Twitter
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também