Advogados de Bolsonaro suspeitos de obstruir investigação em delação de Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, revelou durante seu depoimento à Polícia Federal que os advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram obter informações sobre sua delação premiada. Cid afirmou que os advogados buscaram, por meio de seus familiares, articular uma "defesa conjunta". O depoimento foi prestado nesta terça-feira (24) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de um inquérito que investiga se advogados de réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado atuaram para obstruir as investigações da Polícia Federal.

Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ele teria sido gravado sem autorização e o material teria sido editado e recortado. Cid também mencionou que o advogado Eduardo Kuntz, que representa o réu Marcelo Câmara, tentou contatar sua mãe e sua filha adolescente. Cid relatou que Kuntz se encontrou com sua mãe em três ocasiões, em São Paulo, e ofereceu uma defesa conjunta para o filho, que na época estava detido.

Após uma solicitação de Moraes para investigar suspeitas de vazamento de informações por parte de Cid, a plataforma Meta afirmou que a conta de e-mail associada à criação do perfil no Instagram nomeado como "GabrielaR702" era "maurocid@gmail.com". A mensagem da empresa foi seguida pelo envio de informações pelo Google, que confirmou a existência do endereço de e-mail em nome de Cid, constando nos registros a data de nascimento do militar, 17 de maio de 1979.

O tenente-coronel negou ter criado o perfil no Instagram e alegou desconhecer quem teria feito isso. Além disso, ele refutou ter discutido o acordo de colaboração premiada com o advogado Kuntz.

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