Alistamento militar feminino no Brasil começa em janeiro

O Ministério da Defesa anunciou que a partir de 2025, mulheres que completarem 18 anos poderão realizar o alistamento militar voluntário. Essa iniciativa das Forças Armadas oferecerá cerca de 1,5 mil vagas em 28 municípios de 13 estados e no Distrito Federal, sendo 155 vagas na Marinha, 1.010 no Exército e 300 na Aeronáutica. Até então, o alistamento aos 18 anos era exclusivo para homens, tanto convocados quanto voluntários. As novas regras foram publicadas em 28 de agosto.

"Vai trazer às mulheres essa possibilidade de compor a força de trabalho, eu diria até de qualificar ainda mais a força de trabalho que ingressa voluntariamente às Forças.", afirmou o contra-almirante André Gustavo Guimarães, subchefe de Mobilização da Defesa. O processo de recrutamento incluirá etapas como alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação. As candidatas serão submetidas a entrevistas, inspeção de saúde e testes físicos.

Durante o serviço militar, as mulheres terão direitos e deveres equiparados aos dos homens, ocupando a graduação de soldado ou marinheiro-recruta. A incorporação está prevista para 2026, entre março e agosto, com duração do serviço de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos. As alistadas terão acesso a benefícios como remuneração, auxílio-alimentação, licença maternidade e tempo de serviço contado para aposentadoria.

O Ministério da Defesa planeja aumentar progressivamente a participação de mulheres no Serviço Militar Inicial Feminino, visando atingir um índice de 20% das vagas. Atualmente, as Forças Armadas contam com 37 mil mulheres, representando cerca de 10% do efetivo total. Elas atuam principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística, com acesso à área combatente por meio de concursos específicos em estabelecimentos como o Colégio Naval, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar.