Anúncio de pedágio para chegar a Jericoacora gera indignação na comunidade local

A comunidade da Vila de Jeri está mobilizada e indignada com a decisão de cobrança para acessar e permanecer no local. A polêmica gira em torno da concessão do Parque Nacional de Jericoacoara, onde a empresa vencedora do leilão, Urbia, pretendia iniciar a cobrança de R$ 50 a partir de 20 de dezembro. Após protestos, o início da cobrança foi adiado para março pelo ICMBio, visando encontrar uma solução para a questão.

A controvérsia não está na cobrança em si pelo acesso diário ao parque, mas no impacto que ela teria na comunidade da Vila de Jeri, que só pode ser acessada por terra passando pelo parque. Isso resultaria na cobrança para todas as pessoas que desejam chegar à vila, com exceção dos moradores e familiares. A presidente do Conselho Comunitário de Jericoacoara, Lucimar Vasconcelos, critica a ação, destacando que a Vila de Jeri, apesar de estar localizada dentro do parque, possui gestão independente e municipalizada.

Lucimar ainda ressalta que a comunidade foi pega de surpresa com a cobrança apenas pela passagem, sendo informada disso somente após a concessionária anunciar a medida pelo Instagram. O fato gerou desconforto, visto que não havia sido discutido anteriormente em audiências públicas. As preocupações incluem a desmotivação de turistas e amigos de moradores que pretendem permanecer na vila por longos períodos, como velejadores, que seriam obrigados a pagar diariamente, mesmo sem visitar o parque.

Visando solucionar o impasse, a comunidade pretende levar o caso ao Ministério Público Federal para tentar impedir, judicialmente, a cobrança. Enquanto a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara já interpôs uma ação questionando a medida na Justiça Federal contra a Urbia e o ICMBio. Como alternativas, sugere-se uma cobrança separada para quem visita os atrativos do parque ou a criação de uma via de acesso exclusiva para a vila, a fim de preservar o direito de ir e vir das pessoas que desejam apenas chegar à comunidade de Jeri.

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