Áudios revelam detalhes de plano para manter Bolsonaro no poder

O agente da Polícia Federal Wladimir Soares teria contado a aliados detalhes do violento plano para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas urnas. Mensagens encontradas em seu aparelho celular e reveladas nesta quinta-feira pelo site 'G1', interceptadas durante as investigações, revelam um plano que incluía a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal e a disposição de matar opositores, se necessário.

As mensagens, que consistem em áudios enviados entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, indicam que o plano dos bolsonaristas, conhecido como 'Punhal verde e amarelo', previa ações extremas para manter Bolsonaro no poder. Soares afirmou em uma das conversas que estava disposto a participar da operação para prender e, se preciso, assassinar autoridades. As mensagens indicam que havia outros membros da corporação que demonstravam interesse em participar da empreitada golpista. Os nomes dessas pessoas não foram divulgados.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, as mensagens foram trocadas entre Soares e outros membros da corporação, que pareciam dispostos a integrar o plano violento. A Procuradoria-Geral da República denunciou Soares, que já participou da equipe de segurança do presidente Lula (PT), como parte da trama golpista, alegando que ele teria sido responsável por repassar informações sobre a localização e a rotina de Lula aos golpistas, além de ter sido integrado a outros núcleos da organização criminosa.

Soares, que está sob custódia desde novembro de 2024 no contexto da Operação Contragolpe, fez referência nas mensagens ao possível envolvimento direto de Bolsonaro no plano violento. Ele relatou que o grupo aguardava apenas a autorização do ex-presidente para agir, mas que Bolsonaro recuou devido à falta de apoio de generais em apoiar a ruptura. A denúncia contra Soares e o grupo envolvido na trama golpista será analisada pelo Supremo Tribunal Federal no dia 20 de maio.

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