Conflito entre rebeldes e forças do governo provoca fuga em massa no Congo

Moradores de Goma, a maior cidade do leste do Congo, estão em êxodo nesta segunda-feira (27), após a chegada de rebeldes do M23, apoiados por Ruanda. Tiros foram ouvidos durante a noite de domingo, quando o grupo insurgente alegou ter tomado a cidade, embora o governo não tenha confirmado a informação. Os combatentes do M23 deram um prazo às forças de segurança congolesas para se renderem, pedindo que se reunissem no estádio central e solicitando aos moradores que permanecessem calmos.

De acordo com a ONU, mais de 3.500 soldados ruandeses juntaram-se aos combatentes do M23, entrando na cidade após dias de cerco (foto). O avanço do grupo rebelde em Goma marca o clímax de uma longa batalha entre insurgentes e o governo, levando à queda de várias cidades ao longo da fronteira com Ruanda nas mãos dos rebeldes. Uma "fuga em massa" foi registrada em uma prisão da cidade, que abrigava 3 mil detentos. A instalação foi incendiada durante a confusão, resultando em várias fatalidades.

Os rebeldes do M23, um dos aproximadamente 100 grupos armados atuantes na região rica em minerais, estão envolvidos em um dos maiores conflitos da África, que já perdura décadas. As autoridades do Congo declararam que o país enfrenta uma situação de guerra e acusaram Ruanda de uma "agressão frontal" e "declaração de guerra", levando ao corte de relações entre os países após o fracasso das negociações diplomáticas recentes. O porta-voz militar de Ruanda relatou que um bombardeio realizado por tropas congolesas resultou em cinco mortes e 26 feridos na cidade de Rubavu, do lado ruandês da fronteira comum.

Diante da intensificação dos combates nos últimos dias, apesar dos apelos do Conselho de Segurança da ONU para a retirada dos rebeldes, analistas advertem que a escalada das hostilidades pode agravar ainda mais a região, já afetada por uma das maiores crises humanitárias do mundo, com mais de 6 milhões de pessoas deslocadas.

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