Corregedor da Câmara inicia apuração e punição após motim de deputados
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Na última semana, a Câmara dos Deputados foi palco de um motim protagonizado por parlamentares da oposição, que paralisou os trabalhos da Casa. O protesto ocorreu em reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na segunda-feira (11), o corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), recebeu as representações contra os deputados envolvidos e iniciou a análise para decidir sobre possíveis punições.
Diego Coronel tem até quarta-feira (13) para apresentar sua decisão. Caso ele acate as representações, os documentos serão encaminhados à Mesa Diretora, que os enviará ao Conselho de Ética. Esse colegiado terá três dias úteis para avaliar o caso e poderá aplicar sanções que vão desde suspensão do mandato por até seis meses até cassação. Durante quase dois dias, os deputados bloquearam as atividades da Câmara, exigindo a discussão de temas como anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. Em um dos momentos mais tensos, os parlamentares ocuparam a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta, impedindo seu acesso à mesa diretora. Motta classificou o episódio como “grave” e defendeu uma resposta “pedagógica” da Casa.
Além da prisão de Bolsonaro, os deputados também levantaram a pauta do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já afirmou que esse processo não terá andamento.
A corregedoria também analisa a denúncia contra a deputada Camila Jara (PT-MS), da base governista, acusada pelo PL de empurrar o colega Nikolas Ferreira (PL-MG) no plenário. Ela não faz parte da lista principal dos deputados representados por obstrução dos trabalhos, o que pode influenciar o andamento de seu caso.
A crise na Câmara evidencia a tensão política crescente, com fronteiras cada vez mais tênues entre protesto e desordem. A decisão do corregedor Diego Coronel e as ações do Conselho de Ética serão cruciais para definir o futuro dos parlamentares envolvidos e estabelecer precedentes sobre como a Casa lidará com situações similares. Os próximos dias serão decisivos para a estabilidade política no Brasil.
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