CPI das Bets termina sem relatório final e sem indiciamentos

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets encerrou nesta quinta-feira (12) sem um relatório final aprovado e sem a indicação de indiciamentos. O parecer apresentado por Soraya Thronicke, que recomendava o indiciamento de 16 pessoas ligadas ao setor de apostas esportivas, foi rejeitado por 4 votos a 3. Após sete meses de funcionamento, a CPI não conseguiu enviar as propostas de indiciamento aos órgãos oficiais competentes.
O documento elaborado pela senadora apontava irregularidades no mercado de apostas, destacando abusos cometidos por influenciadores e empresários. Segundo Thronicke, a CPI constatou um crescimento descontrolado e desregulado das bets, com práticas que simulavam apostas falsas e propagandas enganosas relacionando as apostas a meios de enriquecimento fácil. O relatório indicava que o setor movimentou cerca de R$ 129 bilhões em 2024, impactando famílias de classes mais baixas.
Além dos possíveis indiciamentos, o parecer da senadora propunha medidas para restringir o avanço descontrolado das apostas e mitigar os prejuízos aos apostadores. Apesar da rejeição do relatório, Soraya Thronicke afirmou que encaminhará as conclusões às autoridades competentes, como o Ministério Público, a Polícia Federal e o Ministério da Fazenda. A CPI encerrou suas atividades sem apoio dentro do Senado, com críticas à espetacularização e desvio de função nas audiências que ouviram influenciadores.
Durante os sete meses de trabalho da comissão, houve tentativas frustradas de prorrogação dos trabalhos e críticas recorrentes por parte da relatora Soraya Thronicke e do presidente da CPI, Hiran Gonçalves. Os bastidores da CPI das Bets foram marcados por polêmicas, e mesmo o presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre, desaprovou a condução das investigações, apontando para excessos nas audiências com influenciadores.


