Dólar registra forte queda após anúncio de tarifas de Trump

O dólar começou o dia em queda acentuada nesta quinta-feira (3), com o mercado respondendo ao anúncio feito ontem (2) sobre as tarifas recíprocas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por volta das 9h, a moeda americana era vendida a R$ 5,61, com uma queda de mais de 1,50%. Essa baixa não se restringe apenas ao real, mas também é observada globalmente, com o índice DXY operando em queda de quase 2%, atingindo a menor cotação desde setembro do ano passado.

Trump detalhou que as tarifas sobre produtos importados serão equivalentes a metade das tarifas cobradas pelos países sobre os produtos americanos. Regiões como Ásia, Oriente Médio e Europa foram afetadas, com tarifas que chegam a ultrapassar os 40%. O Brasil, por sua vez, recebeu tarifas de 10% sobre todas as importações.

Especialistas apontam que o encarecimento de produtos devido às tarifas pode pressionar a inflação, diminuir o consumo e resultar em uma desaceleração ou até recessão da economia dos Estados Unidos. O temor dos investidores é que a imposição de tarifas dê início a uma guerra comercial mundial, com diversos países elevando suas taxas em resposta às decisões do presidente norte-americano. O anúncio das tarifas recíprocas foi visto por Trump como o "Dia da Libertação", visando "libertar" os Estados Unidos de produtos estrangeiros e incentivar a transferência de fábricas para o país.

Líderes europeus, como a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o chefe de Governo alemão Olaf Scholz, criticaram as decisões de Trump, considerando-as danosas para a economia mundial. O mercado global permanece cauteloso devido às possíveis consequências da guerra tarifária, como aumento da inflação e recessão econômica. No Brasil, o Senado aprovou um projeto que permite retaliação a países ou blocos que imponham barreiras comerciais aos produtos brasileiros.

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