Empresas brasileiras antecipam remessas às vésperas do tarifaço dos Estados Unidos

Empresas brasileiras do setor produtivo correram contra o tempo para antecipar suas remessas aos Estados Unidos e evitar as altas tarifas que entrarão em vigor a partir de quarta-feira, 6. O governo dos EUA impôs uma sobretaxa de 40% a partir dessa data para uma série de produtos brasileiros. Mercadorias já em trajeto ou enviadas antes do prazo estabelecido escaparão da nova taxa. De acordo com a Autoridade Portuária de Santos, o porto registrou um aumento significativo no volume de embarques de carne bovina e café, com os embarques de proteínas animais subindo 96% e as exportações de café aumentando em 17% nas duas primeiras semanas de julho, justamente antes da imposição das novas tarifas. O presidente americano, Donald Trump, anunciou a tarifa elevada contra o Brasil no início de julho, afetando diversas indústrias do país.

Devido à iminência da entrada em vigor das tarifas, empresas do setor industrial optaram por antecipar seus envios aos Estados Unidos. No Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, um cargueiro decolou nessa terça-feira, transportando 51 toneladas de produtos de empresas do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais com destino a Miami. A agilidade na operação foi destaque, mobilizando 40 pessoas e garantindo a envio das cargas em menos de 24 horas antes da taxação adicional. Especialistas preveem uma redução nas exportações brasileiras para os EUA nos próximos dias, impactando diretamente os preços e negociações.

Apesar das estratégias adotadas pelas empresas, a expectativa é de um impacto considerável nas exportações para os EUA, principalmente nos setores de calçados, vestuário, móveis e couro. A política tarifária dos Estados Unidos afetará diretamente o agronegócio brasileiro, com produtos como carne e café enfrentando a alíquota cheia de 50% a partir da data estabelecida para a entrada em vigor das novas tarifas.

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