Gol acusa Latam de interferência em sua propriedade durante recuperação judicial

ICARO Media Group TITAN








Em meio ao processo de recuperação judicial, a Gol apresentou uma moção de emergência à Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira (8), alegando que a concorrente Latam está envolvida em uma "campanha deliberada e coordenada" para tentar arrendar aeronaves e interferir em sua propriedade.
De acordo com o documento enviado ao Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, a Gol acusa a conduta da Latam de ser "predatória" e pede que a corte conceda cinco dias para que a concorrente explique seu comportamento.
A Gol afirma que, logo após entrar com o pedido de recuperação judicial, descobriu que a Latam estava tentando obter seus arrendamentos, aviões e pilotos. Através de relatórios da indústria, entrevistas e atividades adicionais, a Gol concluiu que a Latam está envolvida em uma estratégia para interferir na propriedade da companhia.
A Latam, por sua vez, alega estar buscando garantir o atendimento de suas necessidades de frota e fornecedores no mercado. A Gol utilizou como evidência para suas acusações uma entrevista do CEO da Latam, Jerome Cardier, publicada recentemente pelo jornal Folha de S.Paulo. No trecho citado pela Gol, Cardier menciona que a Latam poderia utilizar os aviões parados da Gol para voar.
A Gol argumenta que, a partir dessa entrevista, fica claro que a Latam aproveitou a situação de recuperação judicial da companhia para fazer ofertas aos proprietários das aeronaves, distorcendo a capacidade financeira da Gol de ser um parceiro comercial e arrendatário de aeronaves Boeing 737.
Além disso, a Gol também acusa a Latam de tentar recrutar pilotos com licença brasileira para pilotar Boeing 737 através de um anúncio de emprego divulgado na internet. A companhia enviou um e-mail aos proprietários das aeronaves, citando "eventos recentes da indústria" e distorcendo a habilidade da Gol como parceira comercial.
A Gol questiona o interesse da Latam na aquisição de aviões Boeing, uma vez que a maior parte da frota da concorrente é composta por aeronaves da Airbus. A companhia em recuperação judicial busca determinar se o contato da Latam com arrendadores de aeronaves e a oferta de emprego a pilotos brasileiros violam a lei de falências nos Estados Unidos.
Em janeiro, a Justiça dos Estados Unidos aceitou o pedido de recuperação judicial feito pela Gol. Na ocasião, a empresa declarou uma dívida de US$ 8,3 bilhões (R$ 40,7 bilhões).



