Grupo cobrava "pedágio" de 12% em esquema de desvios de emendas

A Polícia Federal está investigando um suposto esquema de desvios de emendas envolvendo alguns deputados cearenses. O deputado Júnior Mano, do PSB, é um dos alvos da investigação, que aponta para a exigência de uma taxa de retorno de até 12% do valor das emendas destinadas a prefeituras. Além de Júnior Mano, a apuração também menciona as emendas do atual líder do governo na Câmara, José Guimarães, do PT, e dos deputados Eunício Oliveira e Yuri do Paredão, ambos do MDB. Embora citados na investigação, José Guimarães, Eunício Oliveira e Yuri do Paredão não foram alvos da operação deflagrada pela PF.

Segundo a PF, é necessária uma investigação mais aprofundada para esclarecer o conteúdo e a veracidade das emendas indicadas pelos deputados mencionados. José Guimarães, em nota, negou ter enviado emendas para os municípios citados no esquema. Júnior Mano, que teria exercido papel central na manipulação dos pleitos eleitorais e direcionamento de recursos desviados, negou as acusações e afirmou que sua conduta será reconhecida como correta ao final da investigação.

A operação da PF, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes do STF, resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão no gabinete de Júnior Mano na Câmara, em Brasília, em seu imóvel funcional na capital federal e em sua residência em Fortaleza. O esquema de corrupção, segundo as investigações, era operado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, eleito prefeito de Choró em 2025, mas que não assumiu o cargo devido a decisão da Justiça Eleitoral. As mensagens obtidas pelos investigadores revelam práticas de corrupção institucionalizada, envolvendo o direcionamento de emendas a prefeituras em troca de propina.