Inflação sobe 0,56% em março pressionada por alimentos como tomate, café e ovos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em março, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tal aumento estava em conformidade com as expectativas do mercado, que estimavam uma elevação mensal de 0,56% e um acumulado anual de 5,48%. 

Os dados revelam que todos os grupos de produtos e serviços registraram alta, especialmente o segmento de alimentação e bebidas, que passou de 0,70% para 1,17%, impactando diretamente o índice geral. O acumulado dos últimos 12 meses atingiu 5,48% em março, ligeiramente acima dos 5,06% registrados no mês anterior, resultando em um avanço de 2,04% no ano. Comparado a março de 2024, a variação foi de 0,16%.

A categoria de alimentos e bebidas foi responsável por 45% do índice do mês, destacando-se os aumentos significativos no preço do tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%). Esses produtos contribuíram com um quarto da inflação de março. O café moído, por exemplo, apresentou um expressivo aumento de 77,78% nos últimos 12 meses. 

Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa, o calor atípico nos meses de verão afetou a maturação do tomate, antecipando a colheita e reduzindo a oferta, gerando pressão de alta nos preços. Já para os ovos, o aumento é justificado pelo custo do milho, base da ração animal, e pela demanda crescente durante o período da quaresma. O café moído, por sua vez, teve seu valor impactado pela escassez global de grãos devido a condições climáticas adversas, como a quebra de safra no Vietnã.

Em comparação ao mês anterior, a taxa de inflação em março foi inferior à apurada em fevereiro, que ficou em 1,31%. O IPCA de março superou as expectativas e reflete o cenário de pressão inflacionária, principalmente devido ao aumento dos preços dos alimentos. Essa elevação, embora dentro das previsões, reitera a preocupação com a inflação no país e demonstra a necessidade de acompanhamento constante dos indicadores econômicos.