Investigada por fraudes do INSS viajou 33 vezes em um ano, apontam autoridades

Autoridades policiais e de controle revelaram que Cecília Rodrigues Mota está sob investigação em uma operação que mirou fraudes em benefícios do INSS. Segundo as apurações, Cecília teria realizado 33 viagens em menos de um ano, algumas delas para destinos internacionais. Além disso, foi constatado que ela acumulou a posição de presidente em duas associações que realizaram descontos irregulares. Cecília, que é advogada e servidora pública federal aposentada, foi alvo de um mandado de busca e apreensão durante a operação "Sem Desconto" deflagrada na semana passada.

Durante a operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. O relatório da investigação destaca que Cecília Rodrigues Mota estava acompanhada por seis pessoas em diversas viagens, levantando indícios de conexão entre os operadores financeiros do esquema fraudulento e as viagens realizadas. Estima-se que pessoas físicas e jurídicas ligadas a Cecília tenham recebido mais de R$ 14 milhões provenientes de entidades associativas e de empresas intermediárias associadas a ela.

A equipe que conduz as investigações suspeita que o esquema fraudulento possa ter desviado até R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS por meio de "mensalidades associativas". As entidades sob suspeita teriam descontado indevidamente uma parte dos pagamentos dos beneficiários, sem autorização, utilizando, por exemplo, assinaturas falsas. No caso específico envolvendo Cecília, chamou a atenção a "confusão empresarial" identificada entre as duas associações que ela presidia, sugerindo a possibilidade de uma organização única dividida para obter vantagens no mercado, conforme apontado pela CGU.

Os indícios apontados no relatório colocam Cecília Rodrigues Mota no centro das investigações sobre fraudes em benefícios do INSS. As autoridades continuam apurando as conexões e irregularidades relacionadas às viagens, descontos indevidos e possíveis esquemas montados pelas entidades investigadas. Até o momento, a defesa de Cecília não se pronunciou sobre as acusações que pesam sobre ela.