José Antonio Kast vence eleição e leva extrema-direita à presidência do Chile

O ultradireitista José Antonio Kast, do Partido Republicano, tornou-se o novo presidente do Chile ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais com 58,17% dos votos. A candidata governista Jeannette Jara, representando o Partido Comunista do Chile, obteve 41,83% dos votos, sendo derrotada por Kast. A vitória o torna o presidente mais à direita do país desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos. Eleitores de Kast comemoraram nas ruas com bandeiras do Chile e de sua campanha, destacando um cenário político adverso marcado por um Congresso sem maiorias definidas.

Em seu discurso após a vitória, José Antonio Kast destacou a importância da restauração do Estado de Direito e do respeito à lei em todas as regiões do país, prometendo servir aos cidadãos. O presidente eleito pediu respeito e reconhecimento à adversária Jeannette Jara, salientando a necessidade de unidade e diálogo para superar divisões. Por sua vez, Jara reconheceu a derrota e parabenizou Kast pela vitória, expressando gratidão aos apoiadores e reafirmando seu compromisso em trabalhar por uma vida melhor no Chile.

Com mais de 15 milhões de eleitores aptos a votar e uma participação de 85% nas urnas no segundo turno, o presidente eleito assumirá o cargo em março no Palácio La Moneda. José Antonio Kast, advogado de 59 anos e pai de nove filhos, defendeu durante a campanha uma agenda rígida em temas de segurança pública e imigração, destacando a deportação de imigrantes em situação irregular e o combate à criminalidade. Seu adversário, Jara, baseou sua campanha em propostas para lidar com a criminalidade e a imigração no país, em meio a preocupações da população.

A polarização política no Chile se reflete na fragmentação da direita e nas dificuldades de governabilidade para o presidente Gabriel Boric, que não obteve maioria parlamentar para aprovar reformas centrais de sua campanha. A ascensão de Kast ao poder ressalta desafios de unificação em um cenário marcado por divisões políticas e sociais, onde o diálogo e o respeito mútuo se mostram essenciais para a construção de um governo efetivo e representativo.

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