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Nitazeno: pesquisadores encontram substância misturada a outras drogas em SP
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Nitazeno: pesquisadores encontram substância misturada a outras drogas em SP

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22/07/2024 15h34
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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizaram um estudo que constatou a presença de nitazeno, uma substância 500 vezes mais potente que a heroína, em drogas apreendidas no estado de São Paulo. De acordo com a pesquisa, o nitazeno foi encontrado em 95% das apreensões de opioides realizadas entre julho de 2022 e abril de 2023. Esta é a primeira vez que a apreensão de nitazeno é relatada no país.

O estudo observou 140 amostras apreendidas pela Polícia que continham um opiáceo, isolado ou misturado com outra substância. Delas, 133 amostras,(95%) continham um nitazeno, enquanto apenas 5% envolviam opioides não nitazeno. Os nitazenos foram encontrados isolados em 28,6 % e misturados em 71,4 % das amostras. Já os opióides não-nitazenos foram encontrados em 27,1% e misturados em 72,9% das amostras.

Fonte: Yonamine et al, 2004.

O nitazeno tem se tornado uma grande preocupação de saúde pública, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Responsável por 100 mil mortes nos EUA em 2022, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, a substância tem despertado temores entre os especialistas. Além do nitazeno, os pesquisadores também haviam identificado a presença de fentanil, outro opioide sintético que causa danos severos aos usuários.

Em entrevista ao Jornal Nacional, professor de toxicologia da USP, Maurício Yonamine, explicou que o nitazeno é de 10 a 20 vezes mais potente que o fentanil, o que o torna uma droga altamente viciante e perigosa. Ele ressaltou que os nitazenos foram criados para serem medicamentos, porém, devido ao alto potencial de dependência e morte, nunca foram utilizados para esse propósito. O uso dessas substâncias pode levar a transtornos mentais graves, especialmente em pessoas predispostas.

A propagação do nitazeno não se limita ao estado de São Paulo. Segundo um relatório da agência antidrogas da Organização das Nações Unidas (ONU), a droga tem se espalhado pela América do Norte e Europa, sendo encontrada em países como Reino Unido, Estados Unidos, Eslovênia, Estônia, Letônia, Bélgica e Canadá.

Essa droga sintética, também conhecida como droga K, foi criada na década de 1950 inicialmente como um medicamento analgésico. Porém, devido à sua alta potência e vício, nunca foi utilizada para esse fim. Portanto, não existem estudos sobre os reais efeitos da droga em humanos, já que nunca foi utilizada em grande quantidade.

Segundo o Departamento de Narcóticos de São Paulo, as chamadas "drogas K", onde a sustância foi encontrada, são manipuladas em países europeus e asiáticos, principalmente, e já teriam vindo de lá com o nitazeno adicionado.

O estudo pode ser acessado no site da revista científica Forensic Science International.  

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