População brasileira se concentra principalmente no litoral, segundo Censo do IBGE

Segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior parte da população brasileira concentra-se em uma estreita faixa litorânea com apenas 150 quilômetros de largura. No total, 54,8% da população reside nesta região costeira, enquanto que somente 45,6% se distribui pelo restante do território nacional. Essas informações fazem parte do Censo 2022 Agregado por Setores Censitários Preliminares - População e Domicílios, divulgado nesta quinta-feira, 21, pelo IBGE.  

Os dados revelam que a faixa litorânea abriga uma grande parcela da população brasileira, com 111.277.361 pessoas. Além disso, uma outra faixa, também com 150 quilômetros de largura, situada na fronteira do Brasil com outros países da América Latina, abriga 9.416.714 habitantes, representando 4,6% da população total. No centro do País propriamente dito, excluindo as faixas da fronteira e do litoral, vivem 83.157.078 pessoas, ou seja, 41% da população brasileira.

O IBGE utiliza os setores censitários como unidades territoriais para coletar e divulgar dados estatísticos detalhados. Essas unidades são menores que Estados, municípios, distritos e subdistritos, oferecendo informações mais precisas a nível regional. Com um total de 452.338 setores censitários no Brasil, é possível obter uma visão mais aprofundada e detalhada da distribuição populacional no país.

O recorte por setores censitários também é útil para analisar outras situações específicas. Um exemplo é a Avenida Brasil no Rio de Janeiro, uma via expressa de 58 quilômetros que corta 28 bairros da cidade, desde o Centro até a zona oeste. Os pesquisadores definiram uma faixa de 500 metros de cada lado da avenida, abrangendo 999 setores censitários. Nesta região vivem aproximadamente 486 mil pessoas distribuídas em 219 mil domicílios.

Os resultados do Censo do IBGE evidenciam a concentração da população brasileira em áreas específicas do país, destacando a importância de uma análise mais minuciosa por meio dos setores censitários. Essa abordagem permite um melhor entendimento das características sociodemográficas de cada região, subsidiando políticas públicas mais efetivas e direcionadas às necessidades específicas de cada comunidade.