Prefeito de São Paulo critica demora nas investigações de ataques a mais de 400 ônibus na capital

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), expressou sua insatisfação com a demora nas investigações dos ataques que vandalizaram mais de 400 ônibus na capital paulista em um mês. O mandatário criticou a Polícia Civil de São Paulo por ainda não ter encontrado respostas para os incidentes, que vêm causando prejuízos e preocupação às autoridades. Entre os dias 12 de junho e ontem, segundo dados divulgados pela SPTrans, 421 veículos foram alvo de vandalismo na cidade.

As declarações de Nunes surgiram após o registro do segundo dia com maior quantidade de veículos atacados no município. Ontem, 47 ônibus foram apedrejados, conforme levantamento da SPTrans. O número só foi superado pela ocorrência do dia 7 de julho, quando 59 casos semelhantes foram observados na região metropolitana de São Paulo.

O prefeito também endossou os posicionamentos da Polícia Civil, que, a princípio, afastou a hipótese de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos ataques. "Eu creio que a gente está caminhando para esta questão de [desafios] da internet. Às vezes as pessoas falam de brigas de empresas, mas por que, se estão atacando também na região metropolitana", declarou Nunes. Ele destacou a confiança de que as autoridades policiais chegarão a uma conclusão sobre o caso.

A polícia, por sua vez, tem direcionado esforços para investigar a possibilidade de os atos estarem relacionados a desafios disseminados na internet. O delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Departamento de Investigações Criminais, ressaltou que tais ataques não apresentam, até o momento, um propósito específico ou reivindicações claras, padrões comuns em ações de facções criminosas.

Os registros policiais apontam para a participação de adolescentes em alguns dos incidentes, o que fortalece a tese de que os crimes possam estar ligados a desafios propostos virtualmente. Entretanto, outras linhas de investigação não foram descartadas, e seguem em curso para esclarecer os fatos ocorridos na cidade de São Paulo e em outras regiões do estado.

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